A Comissão de Educação do Senado Federal promoveu, nesta sexta-feira, 17, um debate sobre inclusão de datas religiosas judias e muçulmanas no calendário nacional.
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A audiência pública é um requisito para se mexer nas datas oficiais do Brasil. Ocorre em meio ao conflito no Oriente Médio, no qual os grupos protagonistas (Israel e Hamas) têm as religiões judaicas e mulçumanas, respectivamente, como as predominantes.
Na ocasião, os presentes destacaram a convivência harmoniosa entre essas duas comunidades no Brasil e defenderam o fim da guerra, que já deixou mais de 12 mil mortos.
Relatoria
Autor do projeto de lei, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) lembrou que apresentou a proposta em julho, três meses antes do início do conflito.
Ele apontou, no entanto, que o debate ainda que “singelo” ganhou importância ao unir muçulmanos e judeus em defesa da paz.
“Montamos o projeto em julho, antes de o conflito acontecer no Oriente Médio e quis Deus que acontecesse neste momento. No meio da escuridão, se você acender uma velinha, faz diferença. O ódio não consegue expulsar o ódio”, pregou o senador.
Diretor da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e conselheiro da União Brasileiro Israelita do Bem-Estar Social (UNIBES), Luiz Kignel destacou o simbolismo de um mesmo projeto de lei garantir o reconhecimento de datas importantes para as duas comunidades.
“ Não há diferença alguma de um ataque a uma comunidade muçulmana ou judaica. Todos são crimes de ódio. […] Vamos torcer para que a paz volte a reinar o mais breve possível no Oriente Médio, declarou.
Entenda a proposta
O projeto inclui no Calendário Oficial da República Federativa do Brasil o Rosh Hashaná, o primeiro dia do Ano Novo; e o Yom Kipur, o Dia do Perdão, a serem comemorados anualmente na data definida pelo calendário judaico.
Também inclui o Eid al-Fitr, o fim do Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos) a ser comemorado anualmente na data definida pelo calendário islâmico. A inclusão não quer dizer que esses dias serão feriados.
Por sugestão dos presentes, mais uma data comemorativa do calendário islâmico deverá ser incluída no projeto pelo relator, senador Carlos Portinho (PL-RJ), segundo informou o senador Astronauta Marcos Pontes.