A troca de partido da prefeita interina de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, é uma amostra do fenômeno desta pré-campanha eleitoral.
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Nesta segunda-feira, 25, a gestora, ex-pedetista, filiou-se ao Republicanos.
A nova legenda de Dilmara é presidida, no Ceará, pelo empresário Chiquinho Feitosa, ligado ao governo do Estado.
Em todas as regiões do Ceará, vários chefes do Executivo Municipal migraram, estão migrando ou migrarão para a base do governo Elmano de Freitas (PT).
Força gravitacional
É conhecida a força gravitacional sofrida por prefeitos em relação ao Palácio da Abolição – independentemente de quem esteja na chefia.
O raciocínio é simples. Em tese, quanto mais próximo estiver o gestor do poder estadual, mais chances ele terá de ser reeleito ou fazer o sucessor.
Convênios em praticamente todas as áreas administrativas e outros tipos de transferências voluntárias são atrativos quase irresistíveis.
Os municípios, em regra geral, vivem tempos de vacas magras.
Trata-se, pois, de um empurraozinho a mais para prefeitos e prefeitas caírem nos braços do governo.
Acomodação política
A rigor, está havendo dois movimentos nesse período de pré-campanha. Um deles é o descrito acima.
O outro é a aproximação, do Abolição, de grupos que não são aliados de primeira hora ou tiveram de ir por circunstâncias políticas locais.
É o caso da prefeita Dilmara Amaral, de Limoeiro do Norte. Como se diz no jargão, foi uma acomodação política.
Eleita vice-prefeita, em 2000, ela está no comando da gestão, durante a licença médica do titular, José Maria Lucena.
Os dois são, atualmente, desafetos políticos, mas ambos são da base de Elmano de Freitas.
A filha do prefeito afastado, deputada estadual Juliana Lucena, é, inclusive, filiada do PT.
O pai de Juliana foi eleito pelo PSB, controlado, no Ceará, por Eudoro Santana, filho do ex-governador e ministro Camilo Santana (PT).
Ganha e perde
Com esse cenário, restou à prefeita interina ir para o Republicanos, partido de Chiquinho Feitosa.
Com pequenas variações, exemplos do tipo devem se repetir em dezenas dos 184 municípios cearenses.
Nos últimos meses, PDT, PSD e MDB perderam prefeitos; PT, PSB, Republicanos e Podemos, ganharam.