
Com avanço da operação Vigilância Aproximada, a Polícia Federal revelou que a estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada de forma ilegal para cumprir interesses políticos do então presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.
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Segundo apuração da PF, agentes da Abin monitoraram ilegalmente autoridades, dentre elas o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), além de desafetos do clã Bolsonaro e cidadãos investigados pela Polícia.
Além disso, a PF apontou que os envolvidos planejavam criar falsas narrativas para incriminar ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Pesquisas encontradas também expuseram a atuação da agência no caso Marielle Franco.
O esquema ilegal na Abin aconteceu durante a direção de Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Abin, hoje deputado federal e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro.
Agentes da PF chegaram a inspecionar endereços ligados a Ramagem, na quinta-feira, 25. No gabinete, foi encontrado um relatório que tinha informações sobre a atual investigação da PF.
Em nota, a PF manifesta que delegados federais cedidos para a Abin “utilizaram o FirstMile (software que dá acesso à geolocalização em tempo real e a dados pessoais registrados nas operadoras de telefonia) para monitoramento de alvos e autoridades, bem como para serviço de contrainteligência e criação de relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas”.
Ao todo, cumpriram-se 21 mandados de busca e apreensão em endereços de servidores da Abin.
Até o momento, Ramagem negou irregularidades e classificou a investigação como “salada de narrativas”.