

É um dado alentador a expressiva queda no número de homicídios do Carnaval de 2024, no Ceará.
Siga o Poder News no Instagram.
Não é, claro, motivo para comemorações. Um total de 31 vidas humanas foram perdidas entre sexta-feira, 9 e quarta, 14.
Stálin dizia que “a morte de uma pessoa é uma tragédia; a de milhões, uma estatística”.
A frase é um péssimo conselho político.
Os números da SSPDS, contudo, podem indicar que a Operação Carnaval apresentou resultados promissores – os melhores desde 2010.
Fatores internos e externos
Os dados positivos merecem estudos. Pode estar aí alguma luz para o governo do Estado avançar na área.
Contingente policial, ação ostensiva, tecnologia, inteligência e outros fatores – externos às forças de segurança, inclusive – podem explicar.
O combate à criminalidade, no sentido amplo, porém, vai muito além de um curto período de esforço concentado.
No mesmo dia em que a SSPDS divulgava os dados sobre o Carnaval, Fortaleza voltava ao pesadelo da saidinha bancária.
O episódio ocorreu à luz do dia, em um dos cruzamentos mais ricos e vigiados da Capital.
No início da semana, um PM foi peneirado de bala na periferia.
Na semana que antecedeu o Carnaval, o Pirambu viveu dias de “toque de recolher”, a mando de uma facção criminosa.
Muito a ser feito
Vistos em conjunto, os fatos mostram que há muito o que fazer.
Do Palácio da Abolição há investimentos, empenho e vontade política.
Na Assembleia Legislativa tramita um projeto de lei, encaminhado pelo governo Elmano de Freitas (PT).
A proposta prevê ampla reestruturação do setor.
Será o chamado “Sistema Estadual de Inteligência de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (Seisp)”.
A repaginada tem potencial para melhorar os índices de forma sustentada.
Tiroteio verbal
Mas, em ano eleitoral, é difícil todos os dados, fatos e iniciativas acima não serem politizados.
Governistas vêm destacando o “sucesso” da Operação Carnaval de 2024 no Estado.
A oposição foi às redes, sambar nos recentes crimes, fazendo o barulho que lhe é peculiar.
Como aqui já dito, esse debate precisa ir para a campanha, mas não nesses termos.
O dileto eleitor não se sentirá menos desprotegido em meio a mais um tiroteio – dessa vez, verbal e eleitoreiro.