Segundo o levantamento anual elaborado pela equipe psicossocial do Nudem da Capital ouvindo 561 vítimas atendidas em 2023: 86% das mulheres atendidas eram negras, 46,5% beneficiárias do Bolsa Família e 33% complementam a renda com trabalho informal.
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A pesquisa tem o objetivo de entender como a violência se manifesta, conhecer o perfil da assistida e pensar políticas públicas.
Da faixa etária, essas mulheres tinham, em maioria (34%), entre 26 e 35 anos. Outros 31% tinham de 36 a 45 anos; 16,5% estavam entre 46 e 59 anos; 14% tinham entre 18 e 25 anos e somente 3,7% estavam acima de 60 anos.
O percentual em estado civil mostra que a maioria das agressões se dá ainda em relacionamentos conjugais ‘informais’ ou entre namorados e outros parentes. Das vítimas, 56% eram solteiras e 33% casadas.
A escolaridade é outro fator avaliado, e mostra que as mulheres independem da instrução educacional para serem vítimas de agressão ou violências de outras ordens: 41% das vítimas no Nudem tem ensino médio completo e 15% o ensino fundamental incompleto.
Além disso, 80% moravam com filhos ou familiares e 55% residiam em casas alugadas.
“A gente tem como objetivo principal oferecer um atendimento humanizado a essas mulheres e por isso é tão importante conhecer nosso público para ofertar os melhores serviços”, pontua a supervisora do Nudem Fortaleza, defensora pública Jeritza Braga, à Defensoria.
A pesquisa revela ainda que 79% das mulheres atendidas pelo Nudem da capital possuem medida protetiva e presenciaram agressões sofridas pelas mães (32%).
Para 62% dos casos, os filhos sofreram ou presenciaram as violências. O dado mostra a transgeracionalidade da violência doméstica. No caso dos agressores, 64% voltaram a cometer as violações após as reconciliações e promessas de melhora.
Para Jeritza Braga, o alto índice de vítimas com medida protetiva significa “que realmente estão acreditando no sistema, pois vão em busca de medidas para se protegerem e realmente entendem a importância e a eficácia que esse instrumento legal oferta.”