
A Polícia Federal (PF) vai investigar por que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
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A estadia ocorreu logo após a apreensão do seu passaporte para a Operação Tempus Veritatis da PF, no dia 8 de fevereiro.
Segundo a Agência Brasil, a polícia vai verificar se Bolsonaro violou alguma das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Se comprovada a violação, pode ser requerida a prisão preventiva. A decisão cabe ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Revelação
A hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi revelada, nesta segunda-feira, 25, pelo jornal norte-americano The New York Times.

Segundo jornal estadunidense, a ida do ex-presidente sugere um “asilo político” para fugir da justiça, já que, por se tratar de território estrangeiro, as autoridades brasileiras não possuem qualquer alcance legal.
Bolsonaro chegou no dia 12 de fevereiro à tarde e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro.
Imagens de segurança da embaixada também apontaram que o embaixador Miklós Halmai recebeu o ex-presidente no local.

A câmera revelou que a embaixada estava praticamente vazia, devido o feriado de carnaval.
Em nota, a defesa de Bolsonaro confirmou as duas pernoites e justificou que cliente esteve lá “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
Segundo os advogados, o ex-presidente mantém uma relação próxima com o premier húngaro de extrema-direita, Viktor Orban.
Os dois políticos se encontraram recentemente na posse do presidente da Argentina, Javier Milei, em Buenos Aires.
“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, argumentou a defesa de Bolsonaro, em comunicado.
O ex-presidente chegou a comentar indiretamente o assunto em agenda partidária, nesta segunda, 25, em São Paulo.
Bolsonaro apontou que recebe muitos convites de chefes de Estado para discutir sobre a situação política do País.
“Frequento embaixadas também aqui pelo nosso Brasil, converso com os embaixadores. Não tenho passaporte, está detido, senão estaria com o Tarcísio [Freitas, governador de São Paulo] juntamente com Ronaldo Caiado [governador de Goiás] nessa viagem a Israel, um país irmão, um país fantástico em todos os aspectos”, alegou.
Itamaraty
O embaixador da Hungria, Miklos Halmai, foi chamado ao Itamaraty nesta segunda-feira, 25, para explicar as circunstâncias do ocorrido na embaixada durante o feriado de Carnaval.
Segundo Ministério das Relações Exteriores, o diplomata foi recebido pela secretária de Europa e América do Norte, a embaixadora Maria Luísa Escorel.
O encontro ocorreu durante o final da tarde e durou aproximadamente 20 minutos.
*Com informações da Agência Brasil.