A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prepara novo relatório sobre os impactos da usina dessalinizadora do Ceará, a ser construída na Praia do Futuro.
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A informação foi revelada, nesta quarta-feira, 27, pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), durante a Blitz de Telefonia Móvel, organizada pelo Ministério e a Anatel, em Fortaleza.
Segundo o governista, documento será divulgado em até três semanas.
O parecer da Anatel deve constar estudos técnicos que reavaliam a importância do projeto bem como as possíveis implicações a conectividade de internet do País.
O titular da pasta da Comunicação afirmou que está havendo um diálogo “responsável” entre os envolvidos na construção da usina.
Segundo Juscelino Filho, o órgão foi procurado pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), para fornecer mais subsídios sobre as consequências da implantação na Praia do Futuro.
“Hoje, esses cabos conectam o Brasil com o mundo, cabos submarinos que ligam o Brasil com o mundo, mas também temos a questão da Usina, um projeto muito importante para a Capital e para o Estado, que já passou por problemas sérios com a falta de água. A gente sabe o quanto é importante esse projeto da usina também”, destacou o ministro.
Disputa
Desde o anúncio do projeto, em 2022, empresas de telecomunicações têm se articulado para impedir sua realização.
As companhias alegam que o projeto pode vir afetar a estabilidade da conexão móvel no país, haja a vista a proximidade com os cabos submarinos de fibra ótica.
A região da Praia do Futuro é considerada pelo setor um importante hub do tráfego de internet do país. A localidade recebe 17 cabos de 8 empresas, assim, controlando 99% do tráfego de internet.
Neste período, a Anatel havia se posicionado contra o projeto. Em 2023, após mudanças na planta, a empresa solicitou uma nova análise do empreendimento.
À época, Elmano defendeu a obra, afirmando que a usina dessalinizadora servirá para garantir a segurança hídrica do estado com a transformação da água do mar em potável.
Segundo a Cagece, o projeto tem capacidade de produzir até 86,4 milhões de litros por dia.
Usina deve beneficiar cerca de 720 mil cearenses. O investimento total estimado é de R$ 3,1 bilhões ao longo dos próximos 30 anos.
Os recursos foram movidos a partir de Parceria Público-Privada (PPP) entre a Cagece e a empresa Águas de Fortaleza.
A construção da planta e a instalação da tubulação foram orçadas em R$ 526 milhões.
A licença ambiental da Usina foi aprovada em novembro de 2023, pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema).