
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou, na madrugada desta segunda-feira, 15, área no perímetro da Barragem Lago de Fronteiras, em Crateús, no Sertão dos Inhamuns.
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Cerca de 200 famílias de agricultores estão no terreno que pertence a fazenda Curralinhos, de 800 hectares.
O espaço é próximo à barragem em construção pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS).
De acordo com a organização, a ocupação é uma forma de chamar atenção aos direitos das famílias atingidas pela construção da barragem.
O movimento almeja a desapropriação de cinco mil hectares previstos para agricultura irrigada a para a construção de assentamentos na região.
“Muitas famílias ainda não receberam indenizações ou foram indenizadas com valores baixos, e os reassentamentos, novas estradas, pontes e cemitérios não têm sido construídos, gerando incertezas e desespero”, afirmou o movimento, em nota.
Ainda, o MST ocupa simultaneamente outras nove áreas nos Estados de Pernambuco, Bahia, Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Abril Vermelho
A ação diz a respeito a Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, em alusão ao “Abril Vermelho”.
Os militantes repudiam o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, ocorrido em abril de 1996.
No episódio, 21 trabalhadores rurais do MST foram assassinados pela Polícia Militar.
Programa federal
A ação ocorre justamente às vésperas do lançamento pelo governo federal do Programa Terra para Gente, previsto para a tarde desta seguda-feira, 15.
No plano, o Governo vai destinar terras “improdutivas” à reforma agrária e à demarcação para quilombolas.
Iniciativa é vista como uma forma de reprimir invasões do movimento prevista para este mês.