Em 2022, na escolha do nome ao Governo do Estado, o PT bateu tambor pelo nome da então governadora, Izolda Cela (ex-PT, atual PSB).
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A gravíssima crise quebrou o PDT e mandou o PT à oposição ao governo José Sarto (PDT). O resto da história, todos conhecem.
2024: levante a mão quem não achava que a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) colocaria o nome à disposição.
Meses antes, em 2023, especulações davam conta de que o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, trocaria o PDT pelo PT.
Por quê? Se você esteve no planeta Terra no último ano e meio, ouviu falar que a ida do aliadíssimo ao Abolição para o partido do governador Elmano e do presidente Lula tinha um foco:
Uma vez petista, Evandro seria a principal aposta do Palácio da Abolição à sucessão de Sarto.
Levante a mão, parte 2: quem duvidava que o neopetista seria o nome ungido pela cúpula petista?
Ocorre que Luizianne era um obstáculo. O que fazer? Havia algumas opções.
A primeira e mais óbvia seria uma reunião entre dois ou três caciques e uma nota oficial, lançando Evandro.
Mas seria um desastre. Com que cara o PT explicaria a imposição, menos de dois anos depois de ter estribuchado por Izolda?
Eureca!: Encontro Municipal do PT. Vendido como democrático, o processo, que escolheu os delegados – que escolherão Evandro -, terceiriza e dilui o desgaste petista.
O curioso leitor sabe o nome de meia dúzia dos 200 delegados que votarão neste domingo?
Luizianne nunca foi levada a sério pelo sacro colégio petista estadual. De novo: desde o início, Evandro era – como será – o nome do PT ao Paço Municipal.
Comissionados, terceirizados e burocratas da máquina petista governamental, delegados é algo próximo ao ninguém, politicamente.
Em sua maioria, é um ajuntamento de anônimos. Nesta segunda, 22, todos seguirão suas vidas – com a devida missão cumprida.
Eles vão lá dar o recado. Alguém sopra ao ouvido, eles apertam a tecla. O mais é recheio retórico e narrativa batida.
Com isso, o PT instrumentalizou a inteligente operação de oficializar o candidato do partido a prefeito de Fortaleza – algo que poderia ter saído da cartola.
Na prática, o partido escanteou Luizianne, sem precisar vir a público explicar a misoginia – algo que o PT sempre cobra de deus adversários.