A semana política que chega ao fim trouxe mais um interessante ingrediente da corrida à Prefeitura de Fortaleza.
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Pré-candidato pelo PT, Evandro Leitão pregou no noticiário a promessa de que, se eleito, acabará com a taxa do lixo.
Impopular, o tema é desgastante para o prefeito e pré-candidato à releeição, José Sarto (PDT). Quem quer pagar mais uma taxa?
Ao tentar pautar esse ponto do debate, Evandro visa puxar para seu campo semântico um dos maiores incômodos do adversário pedetista.
A receita é conhecida e já foi detalhada aqui. Deixar oponentes na defensiva é uma boa fórmula para agradar plateias e angariar voto.
Sarto vem fazendo o mesmo, sempre que pode. O prefeito não perde um mote para bater duro na criminalidade no Ceará – particularmente, em Fortaleza.
Em situação inversa, Evandro tem e terá dificuldades para defender o questionável sistema de segurança do governo do Estado – a que é ligado.
Há agravantes: a violência letal por aqui é algo muito enraizado, que se arrasta há quase duas décadas – desde o então governo Lúcio Alcântara.
Comparada à insegurança pública, a taxa do lixo em Fortaleza é algo banal, embora de forte apelo eleitoral.
As últimas gestões estaduais investiram pesado na segurança pública. Nunca se teve tanta estrutura e se fez tanto concurso. Mas os índices não cedem.
Diferentemente, a taxa do lixo na Capital pode ser extinta com uma canetada, de um dia para o outro, em uma sessão na Câmara Municipal.
Recordar é viver
Criada, inicialmente, em 1998, pelo prefeito Juraci Magalhães, a taxa do lixo em Fortaleza foi judicializada, à época.
Cercado de críticas, o experiente político cedeu às pressões e incorporou o bordão ‘jogue a taxa no lixo”, desistindo da cobrança.
Nas eleições seguintes (2000), Juraci foi reeleito.
Segurança: em 2006, a campanha de Cid elaborou e vendeu muito bem ao eleitorado a ideia do Ronda do Quarteirão. O impacto midiático foi estrondoso.
Cid foi eleito e reeleito, quatro anos depois (2010) – ambas as vezes no primeiro turno.
Ficam as dicas.
