O ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil) vai para a terceira campanha eleitoral consecutiva à Prefeitura de Fortaleza.
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O militar reformado tem um bom cartel: ele arrastou as duas últimas disputas – 2016 e 2020 –, para o 2º turno, contra representantes das duas maiores máquinas político-eleitorais do Ceará: o governo do Estado e a própria gestão da Capital.
Isso é bom e é ruim. De um lado, Wagner conhece muito bem a Cidade, tem recall muito alto, adquiriu experiência em campanhas e debates e não carrega o desgaste natural dos governos que outras candidaturas representam.
Do outro, o nome do UB passou a ser visto pelo estigma da derrota.
Isso ajuda a explicar, inclusive, porque surgiram outras candidaturas no mesmo espectro político de Wagner – André Fernandes (PL) e Eduardo Girão (Novo).
Líder nas pesquisas de intenção de voto para prefeito, Wagner divide opiniões e apostas.
Há mais ou menos um consenso de que o duelo em torno da cadeira do prefeito e candidato à reeleição, José Sarto (PDT), será definido em dois turnos.
Aqui entra a provável maior incógnita da corrida eleitoral de 2024 em Fortaleza: quem irá ao segundo round?
Será Wagner e Sarto? Sarto e Evandro Leitão (PT) ou Evandro e Wagner? Ou o pleito nos reserva surpresas?
Ex-aliados, Evandro e Sarto são do mesmo espectro político
Wagner ganhou em Fortaleza, em 2022, para o governo do Estado.
Por detrás desse resultado, pode estar o desenho do eleitorado da Capital, no qual uma provável polarização resultaria em dois grandes espectros políticos:
A centro-direita de Wagner/André/Girão e a centro-esquerda dos ex-aliados Sarto e Evandro.
Ou seja, o pedetista e o petista, sendo de um mesmo espectro, disputariam voto na mesma raia.
Por esse raciocínio, somente um dos dois iria ao segundo turno.
As apostas nos discursos
Se der a lógica, haverá um imenso esforço de Sarto e Evandro – aliados, até recentemente –, para se apresentarem como representantes de diferentes projetos para Fortaleza.
Os últimos embates verbais provam isso.
O investimento na estratégia é, justamente, para tentar quebrar a imagem pública de que não são do mesmo espectro político – a centro-esquerda.
Já Wagner terá a tarefa de lembrar ao eleitorado que a disputa entre Sarto e Evandro é circunstancial.
Dessa triangulação será formado o 2º turno.