
A organização do Fortal 2024 desistiu de realizar a festa em um terreno próximo ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, na Serrinha, em Fortaleza.
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O anúncio ocorreu, nesta quarta-feira, 22, pelo governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), em live nas redes sociais.
Com a decisão, o festival volta a ser realizado, assim como na edição anterior, na Cidade Fortal, no bairro Manoel Dias Branco.
A troca de endereço foi resultado de acordo do Governo do Estado com a família Dias Branco, proprietária do terreno que sedia a Cidade Fortal.
“O Fortal aconteceu, durante muito tempo, em uma área do M. Dias Branco. Quero agradecer ao Ivens Dias Júnior, publicamente, porque, na nossa conversa, ele liberou a área onde tradicionalmente o Fortal acontece. O impacto econômico na nossa Capital muito importante para toda a cadeia do turismo”, destacou o governador.
A edição de 31 anos do Fortal deve ocorrer entre os dias 18 e 21 de julho, na Cidade Fortal.
Na programação, estão confirmados 12 blocos com atrações de diversos ritmos que comandarão os trios elétricos.
Polêmica
No final de abril, a organização do evento anunciou a realização da folia em uma área próxima ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, no bairro Serrinha.

Segundo organizadores, a área foi cedida pela Fraport, empresa que gerencia o aeroporto, e autorizada por entidades públicas competentes.
O local era visto como “ideal” diante a proximidade com o aeroporto – onde há o desembarque de turistas – além de estar incluido em área com vias rápidas de acesso para veículos.
Contudo, manifestantes, biólogos e demais entidades ambientais se posicionaram contra a decisão.
De acordo com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), grande parte do terreno de 17 hectares é refúgio para espécies indicadoras de mata atlântica.
Com isso, o desmatamento gerado com as obras no local causaria prejuízos ambientais incalculáveis.
Ainda, a organização do evento defendia que a área não pertencia ao bioma, não havendo interesse em mudar de local.
A obra foi embargada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na última quarta-feira, 15.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) determinou que, até esclarecido a natureza da vegetação, nenhuma obra seria realizada no local.
O vereador Gabriel Biologia (Psol) liderou corrente de manifestações contra a realização do Fortal no aeroporto.
Mesmo com o fim do impasse, o parlamentar adiantou que a área continuará a ser protegida.
Ele deverá protocolar um Projeto de Lei (PL) para tornar o terreno numa Unidade de Conservação.
“Nós estamos protocolando na Câmara Municipal um Projeto de Lei para que toda essa floresta do aeroporto, dentro da poligonal da Mata Atlântica, seja preservada como uma Unidade de Conservação. Para que nem mais uma micareta e projeto nenhum possa derrubar essa mata”, adiantou.
Em nota, a organização do Fortal afirmou que, apesar da desistência, retomará busca por liberações para realizar o evento no aeroporto, a partir de 2025.