A ativista cearense Maria da Penha será incluída em programa de proteção do Estado.
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A decisão foi comunicada, nesta sexta-feira, 7, pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
Segundo o mandatário, a inclusão de Maria da Penha no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH) ocorreu em acordo com o Ministério das Mulheres.
A titular da pasta, Cida Gonçalves, cumpriu agenda no Ceará para tratar da questão e anunciar outras ações voltadas à segurança das mulheres.
Além da proteção do Estado, Maria da Penha terá segurança particular.
“Manifesto todo o meu apoio a essa grande mulher, que transformou a dor de ter sido vítima em força para lutar contra a violência motivada pelo machismo”, escreveu o governador cearense, em suas redes sociais.
Misoginia
Nos últimos dias, Maria da Penha foi alvo de ataques virtuais por parte de grupo da extrema direita que disseminam o ódio às mulheres.
Tais comunidades, denominadas como “red pills” e “masculinistas”, questionam as duas tentativas de feminicídio que Maria da Penha sofreu do ex-marido.
Na época, Maria da Penha encarou uma luta judicial para ter o agressor condenado. A jornada tornou a cearense símbolo para a erradicação da violência contra a mulher.
Em entrevista ao UOL, Maria da Penha lamentou ter que lidar com ataques virtuais, após 41 anos de violências e 18 anos de consolidação da Lei Maria da Penha.
Segundo a ONU, a legislação é uma das mais avançadas no enfrentamento à violência doméstica.
“Como se pudesse colocar em xeque a veracidade de fatos ocorridos e a legitimidade das instituições brasileiras, sobretudo da Justiça”, criticou.
Memorial
A casa onde Maria da Penha sofreu as tentativas de feminicídio será transformada em um memorial.
O Governo do Ceará será responsável pela desapropriação do imóvel e a instalação do equipamento.
Com isso, a residência, localizada no bairro Vicente Pinzón, passa a ser de utilidade pública.
“O objetivo é evidenciar ainda mais a importância de fortalecer ações e políticas de combate à violência contra a mulher”, destacou Elmano, nas redes sociais.
Em entrevista ao UOL, Maria da Penha afirmou estar “sem palavras” com a criação do memorial.
Para a ativista, a preservação da sua memória é uma forma de ressignificar a violência sofrida e contribuirá para um futuro de justiça.
*Com informações do UOL.