A bucólica cidade de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, faz parte de uma pequena lista de municípios cearenses que nunca reelegeram prefeitos.
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Que o diga o atual chefe do Executivo, Átila Câmara (PSB).
Eleito, pela primeira vez, em 2012, Átila perdeu a recondução ao mandato para João Paulo Xerez (PHS), quatro anos depois (2016).
Em 2024, o cenário não é menos desafiador para Átila. Vejamos.
Há quase 12 anos, Átila chegou à gestão, pela primeira vez, com 50,64% dos votos. No último pleito (2020), numa vitória apertada, não passou de 36,38% dos eleitores.
Ou seja, na última eleição, obteve um pouco mais de 1/3 do universo votante local. Isso significa governar uma cidade em que a maioria não votou nele.
Com a máquina na mão, entretanto, prefeitos podem reverter a situação. Não é raro isso acontecer.
Entretanto, fazendo jus ao histórico de disputas no município, Átila corre o risco de, no dia 1º de janeiro de 2025, passar a faixa para um adversário.
Por quê?
Acertou quem pensou na repetição de métodos já demonstrados como desastrosos no jogo do poder. A saber:
1 – Ter síndrome do “já ganhou”. Não existe eleição de véspera. Pelo contrário. Clássico erro político, a empáfia e a arrogância afastam indecisos – geralmente, fiel da balança.
2 – Ficar refém de bajuladores. Político que não quer ouvir a verdade e se refestela com fartos elogios do entorno tem meio caminho andado para a derrota.
3 – Ser procastinador. Indecisão não rima com articulação política. Isso gera insegurança e desconfiança no grupo. Política é timming.
4 – Perder aliados. Ex-aliado é o pior dos adversários. Ele vai para outro palanque com mágoas, sabendo o que cada ex-aliado fez no verão passado.
Um comentário específico sobre este último ponto. Faltou a Átila Câmara um esforço a mais para manter no palanque hoje ex-apoiadores.
Em termos concretos, ele não poderia ter perdido Andrea Nunes (MDB) e outros.
A ex-subchefe de Gabinete da Prefeitura compôs, recentemente, com o PSD do pré-candidato da oposição, Lucílvio Girão.
Evangélica e militante de causas de pessoas especiais, Andrea será a candidata a vice-prefeita.
Por último: com exceção do que pensava o filho ilustre Chico Anysio, Maranguape não é uma espécie de realidade paralela.
Lá, a água também molha e a lei da gravidade não foi revogada – assim como são os mesmos os fatores que definem pleitos eleitorais.