
O ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, depôs por mais de seis horas à Polícia Federal (PF) na última quarta-feira, 17, no Rio de Janeiro.
Siga o Poder News no Instagram.
Ramagem atribuiu a dois ex-assessores a responsabilidade pela atuação da Abin Paralela.
O caso diz respeito ao monitoramento ilegal de ministros do STF, políticos e jornalistas no governo Bolsonaro.
Ramagem indicou os nomes do policial federal Marcelo Araújo Bormevet e do sargento do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
Ambos estão presos desde quinta-feira, 13, na Operação Última Milha, da Polícia Federal.
A dupla teria feito parte do gabinete do ódio de Bolsonaro – grupo que disseminava notícias falsas e atacava adversários do ex-presidente.

Segundo investigação, Ramagem também teria determinado o monitoramento de três auditores fiscais.
Os alvos seriam os responsáveis pelo relatório que incriminou o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, em esquema de “rachadinha” durante mandato como deputado estadual.
O ex-diretor também orientou defesa de Flávio a questionar conduta dos auditores.
Envolvimento foi provado em áudio gravado durante reunião que contou com a participação do ex-presidente.
O sigilo do material foi quebrado na última segunda-feira, 15, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a PF, a ação clandestina era “urgente” e foi determinada “seguindo o modus operandi da organização criminosa para descobrir ‘podres e relações políticas’ dos auditores”.
Investigação aponta que as diligências foram realizadas em novembro de 2020.
Os achados foram repassados a Ramagem em dezembro daquele ano.
Questionado sobre ação, Ramagem negou ordem para confeccionar dossiês dos servidores da Receita em benefício de Flávio Bolsonaro.
*Com informações da Agência Estado.