Resultados eleitorais são multifatoriais.
Vão da mistura de atos racionais ao humor do eleitor, passando pelo pragmatismo político e outras dinâmicas, que somente a campanha eleitoral é capaz de produzir.
Em Fortaleza, os índices que lançaram os candidatos André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) no segundo turno podem ser entendidos da seguinte forma:
André conseguiu passar a mensagem de que é a grande novidade desta disputa.
Isso foi somado ao sentimento de mudança na Capital. A juventude o favoreceu.
Tanto foi assim que André liderou com folga o resultado do primeiro turno, contra Evandro, que contou com mega estrutura política e mais da metade dos espaços no rádio e TV.
A vitória de André igualou, simbolicamente, os veteranos José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (UB). Ambos pregaram mudanças.
O eleitor não entendeu assim.
Na última sexta-feira (4), aqui foi dito que o resultado em Fortaleza iria mexer com três tabus.
Um deles já se foi. Pela primeira vez, desde a redemocratização, um prefeito não é reeleito.
Restam dois: ex-presidentes da Alece, Roberto Cláudio e José Sarto foram eleitos prefeitos e um deputado federal nunca chegou lá.
Vamos aguardar o dia 27 de outubro.
Outras forças poderão definir confronto final
André Fernandes foi o candidato que mais acertou e menos errou no primeiro turno em Fortaleza.
Mas, desde ontem à noite, começou uma nova campanha.
O PT de Evandro vai arregaçar as mangas.
Lula virá à Capital. Ainda não se sabe se Bolsonaro fará o mesmo.
As demais forças que ficaram de fora serão buscadas.
Há tendências sobre os rumos dos eleitores que votaram em Sarto e Wagner.
É muito provável que esse movimento já tenha começado ontem, na fila de votação.
Os primeiros reflexos da derrota
Com as derrotas em Fortaleza do prefeito José Sarto (PDT), que tentava a reeleição, e de Capitão Wagner (UB), que pela terceira vez quis chegar lá, os respectivos grupos políticos devem minguar.
Os reflexos mais diretos são aguardados na Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Fortaleza.
Sem o controle político da Capital, a partir de janeiro de 2025, o PDT perde sua principal vitrine nacional. Isso terá impactos em 2026.
Já Wagner passa o bastão da direita para André Fernandes – independentemente do resultado do dia 27.