São vários os motivos que podem ter levado o ministro Camilo Santana (Educação, PT) a endossar o nome do deputado Fernando Santana (PT) para presidente da Assembleia Legislativa do Ceará.
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Fernando Santana é de confiança política de Camilo.
A relação entre ambos é longeva – desde quando Camilo disputou a Prefeitura de Barbalha, há exatos vinte anos.
Dez anos depois, Fernando coordenou, na região do Cariri, a vitoriosa campanha de Camilo ao governo do Estado.
Na sequência, Fernando seguiu os passos do líder.
Fernando foi eleito e reeleito deputado estadual à sombra de Camilo. Em 2024, disputou a Prefeitura de Juazeiro do Norte, com o apoio do ministro.
O ungido por Camilo para suceder Evandro Leitão (PT) no comando da Alece está no terceiro mandato como primeiro-vice-presidente da Casa. Tem experiência no comando do Poder.
Fernando pode, portanto, estar no lugar certo no momento certo: fiel ao maior líder político do Estado em atuação e, exatamente, quando o governador Elmano de Freitas (PT) irá para a segunda metade do mandato.
Em regra, será esse o período mais tenso no Legislativo – quando o Executivo vira vitrine e entra na mira da opinião pública, turbinada pela oposição de todo o Ceará, de olho em 2026.
O que especulam os bastidores sobre indicação
Interlocutores da Coluna chamaram a atenção para a possibilidade de ter sido precoce o lançamento de Fernando Santana (PT) para a presidência da Alece.
Motivos? Uns falam em teste. A cúpula do PT no Estado estaria aguardando a reação da base aliada.
Outros dizem ser moeda de troca. Estaria em jogo a indicação do próximo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Nesses termos, a indicação de Fernando não seria definitiva. Vamos aguardar.
Cariri será fortalecido
Na hipótese de vir a ser Fernando Santana o próximo presidente da Assembleia Legislativa, a geografia do poder no Ceará sofrerá alterações.
A região do Cariri terá um presidente de Poder do Estado.
O último mais próximo disso foi Welington Landim, de Brejo Santo, da região Sul, há seis legislaturas.
Nos últimos tempos, passaram pelo comando da Alece líderes políticos dos Inhamuns (Domingos Filho), Zona Norte (José Albuquerque) e outros naturais ou radicados em Fortaleza, a exemplo de Roberto Cláudio, José Sarto e Evandro Leitão.
Compensação 1
Um dos mais relevantes postos da vida pública de todo o Ceará, a Presidência da Assembleia Legislativa é para poucos.
Todos sabem disso. Mas não custa nada se lançar à sorte, independentemente dos critérios adotados para a definição.
Dando certo, ganha-se tudo. Dando errado, não se perde nada. E ainda fica visto e lembrado para eventuais compensações.
Compensação 2
Ocupar o máximo de espaços é da natureza do poder.
Distribuí-lo é onde está o desafio. Até porque poder não é concedido. É conquistado.
E, para isso, não ter arestas no meio onde se precisa circular é fundamental.
Esse ponto pode ter retirado alguns pré-candidatos ao comando da Alece.
O jogo começou com cinco nomes – e contando.