Alguns dirão que é cedo, muito cedo, para os vitoriosos da disputa pela Prefeitura de Fortaleza voltarem-se para questões que não seja comemorar o resultado das urnas.
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Quem pensa assim tem vocação para bajulador.
Em regra, pessoas do tipo são péssimas companhias políticas e conselheiras piores ainda. A eleição passou e faz tempo.
O manual diz que no pós-eleitoral, o capital político está na potência máxima.
Mesmo antes da posse, a expectativa de poder, que aumenta com a contagem regressiva, já pode e deve se fazer notar.
Dar a palavra final em decisões cruciais sobre o futuro governo, arbitrar impasses entre aliados e exercer o poder de veto são alguns dos exemplos que mostram quem vai, efetivamente, liderar a gestão.
Outro ponto é a lua de mel, observada nos primeiros meses.
De início com boa vontade, diante de quem acabou de ser eleito ou tomou posse, a opinião pública vai, aos poucos, trocando a paciência pela cobrança.
Ninguém sabe, ao certo, quanto termina uma e começa a outra.
O fato é que gestores jamais devem perder o timming de medidas duras, mesmo que impopulares, em início de mandato.
Sem falar da busca, ao longo do curto e médio prazos, pela construção da marca administrativa.
Mas isso é gancho para outra edição da Coluna.
Consolidar base na Câmara Municipal é primeiro passo
Pode-se dizer, sem exagero, que é no Legislativo onde começam e terminam praticamente todos os processos políticos de governos.
De projetos de lei a gargalos, passando pelo embate de ideias sobre a gestão.
Garantir, portanto, o controle mínimo desse ambiente sensível é fundamental.
E isso não significa somente ter o presidente da Casa aliado e um líder de governo eficiente.
Atenção: terceirizar essa interlocução é contratar crises futuras.
Economia nacional vai impactar gestão Evandro
O alinhamento político em torno do PT que ajudou a levar Evandro Leitão à Prefeitura de Fortaleza será testado num ponto crucial: a economia.
Alguns indicadores macro – emprego em alta, recuperação da indústria e comércio aquecido -, não estão impulsionando a popularidade do presidente Lula.
Brasília anda às voltas com cortes de despesas. A época é de vacas magras.
Por óbvio, isso vai chegar aos caixas dos governos estaduais e, por extensão, às prefeituras locais. Inclusive, no gabinete do futuro prefeito da Capital.