O senador Cid Gomes (PSB) estaria admitindo a aliados mais próximos a possibilidade de concorrer a governador em 2026.
O objetivo a médio prazo teria justificado o rompimento com o PT do governador Elmano de Freitas e ministro Camilo Santana.
Oficialmente, cita-se o excesso de poder político no Estado em pouquíssimas mãos – concentrado, sobretudo, no PT.
Mas não é tão simples assim. É ingênuo considerar que uma batida na mesa seja pré-condição suficiente para abrir caminho ao Palácio da Abolição.
Cid governou o Ceará por oito anos – de 2007 a 2014.
Ele sabe, com muita clareza, de dois pontos cruciais. primeiro: em 2006, houve o fechamento de um ciclo.
Havia condições ideais. Há 18 anos, ele era a novidade.
Segundo aspecto: repetindo, ex-governador, Cid conheceu de perto a força controladora que um Executivo tem, em um estado pobre e dependente como o Ceará – inclusive, todas as prefeituras.
Não se sabe nem quantos deputados e prefeitos acompanharão Cid, caso o rompimento seja para valer.
E isso é apenas o início dos percalços, caso essa história tenha prosseguimento.
A ver.
Para lembrar 2006
Com o mote “O salto que o Ceará merece”, o então ex-prefeito de Sobral, Cid Gomes, ganhou em primeiro turno a disputa com Lúcio Alcântara, à época no PSDB, concorrente à reeleição.
Ao tucano foi ofertada uma cadeira no Senado, onde ele já tinha cumprido mandato. Não quis. Deu no que deu.
Voltando a Cid: antes de se eleger pelo PSB, os Ferreira Gomes eram filiados ao PPS. Na Assembleia Legislativa, mesmo no governo, o grupo era uma usina de crises com a gestão Lúcio.
O rompimento com o Executivo iniciou um novo ciclo na política do Estado.
O poder do PT
Um interlocutor da Coluna, em exercício de mandato, avalia que o PT-CE não deve dividir o poder com aliados mais do que já faz.
Para a fonte, os principais aliados já estão contemplados no governo do Estado – ou serão, na próxima gestão da Prefeitura de Fortaleza, a ser controlada pelo PT.
A Coluna vem abordando o tema. Voltaremos à pauta.
Último obstáculo
Ainda segundo o leitor da Coluna, o senador Cid Gomes (PSB) representa o último obstáculo ao poder pleno do PT no Ceará.
Haveria, portanto, incômodo de ambas as partes.
De Cid, que se sente desprestigiado, politicamente, e do Abolição, que percebe no senador e seu grupo vozes dissonantes, com potencial de ameaça eleitoral.
Bastidores citam Abolição como plano B de Camilo
O cenário nacional nos próximos dois anos vai definir muito do jogo político no Ceará.
O ministro Camilo Santana (PT) está no radar da sucessão do presidente Lula.
Num cenário de inviabilidade, por qualquer motivo, o retorno ao Abolição não estaria fora dos planos do petista.
É o que dizem os bastidores a que a Coluna teve acesso.
Ao governador Elmano de Freitas caberia uma das vagas na chapa para o Senado – para o desespero do deputado José Guimarães, que sonha com a cadeira.