

A semana política começa com aparente tranquilidade nos bastidores do poder no Estado.
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Depois de dias intensos, idas e voltas, indicação e recuo, a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) tem novo nome para comandar o Poder.
Trata-se do deputado Romeu Aldigueri (PDT).
A unção do pedetista, pelo governador Elmano de Freitas (PT), é o desfecho do teatro de guerra protagonizado pelo senador Cid Gomes (PSB) contra o Palácio da Abolição.
Rechaçado por Cid, o então indicado pela cúpula palaciana, Fernando Santana (PT), jogou a toalha na noite da última sexta-feira (22).
A solução Romeu foi avalizada por Cid.
Perfil
Líder do governo na Alece, Romeu é advogado – foi colega de Elmano nos bancos da faculdade de direito da UFC.
A longeva carreira pública do provável próximo presidente da Assembleia começou no final dos anos 1990.
Romeu foi superintentende do Ibama, Semace e prefeito de Granja – avaliado acima da média. É deputado estadual veterano.
Não por menos lidera a bancada governista na Alece. Esse ponto chama a atenção.
Pelo menos os últimos três presidentes da Assembleia exerceram o posto nos governos Cid e Camilo Santana (PT), antes de chefiar a Casa.
Roberto Cláudio (PDT) foi vice-líder do governo Cid. José Sarto (PDT) e Evandro Leitão (PT) foram titulares.
É um bom sinal para o Executivo. A natural fidelidade canina dos líderes passa a controlar a pauta, no modo all inclusive.
Estamos falando de votações cruciais e instalação de CPIs, entre outros itens que podem tirar o sono do governador – particularmente, nos últimos dois anos de mandato.
Quem não acredita nessa lógica pode ficar com a ideia de que tudo não passa de coincidência.
A parca oposição na Alece deverá participar da chapa única.
Foi bom ou ruim para Cid?
Pode-se dizer que Romeu Aldigueri está para Elmano como Fernando estaria para o hoje ministro Camilo.
E para Cid?
O senador conseguiu tirar o PT do controle de mais um Poder. Até aqui tudo bem para ele.
Contudo, na prática, qual a diferença de Fernando para Romeu?
Tudo vai seguir concentrado nas mãos de poucos, com o PSB do quase rebelde Cid sendo visto como força secundária.
Nesse sentido, o senador pode ter conquistado uma vitória de Pirro – alto custo por uma vantagem ilusória.
Para registro: o Rei Pirro se notabilizou pela seguinte frase: “Mais uma vitória como esta e estarei perdido”.