O governo federal anda com as mãos na cabeça, sem saber de onde tirar dinheiro para despesas que só crescem; o formato federativo brasileiro de políticas públicas é quase todo subfinanciado.
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Estes e outros pontos, quando somados e considerados, prenunciam um ano de 2025 muito desafiador para os prefeitos municipais de todo o País. Particularmente, para a região Nordeste, na qual está o pobre estado do Ceará.
A avaliação é do presidente do PSD no Estado, Domingos Filho.
Um dos mais experientes homens públicos em atuação do Ceará, o político prevê “muita preocupação” no primeiro ano das próximas gestões locais.
Domingos foi deputado estadual por vários mandatos, presidiu a Assembleia Legislativa, chegou à Vice-Governadoria do Estado e chefiou o hoje extinto Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Em entrevista ao programa Política, da TV Otimista, o dirigente partidário projeta que os chefes de Executivo Municipal terão muitas dificuldades em fazer entregas e investimentos que as cidades precisam.
Haveria uma linha de corte, separando prefeitos reeleitos dos novatos e marinheiros de primeira viagem?
“Serve para todos. Não somente para o que vão entrar agora e não conheciam a situação”.
E se o IJF fosse transformado em hospital universitário?
“O ideal é que o IJF seja incorporado pela União, porque é um grande hospital que atende todo mundo”, diz Domingos Filho, pai da deputada estadual Gabriella Aguiar (PSD).
Vice-prefeita eleita de Fortaleza, a médica conhece de perto a situação do hospital terciário, um dos maiores gargalos financeiros herdados pelo futuro prefeito Evandro Leitão (PT).
Para o presidente do PSD-CE, ao ser incorporado à UFC, o IJF passaria a ser financiado pelo governo federal.
Debater é preciso
Informações de qualidade – para os prefeitos que estão chegando, principalmente -, é a primeira chave que precisa ser virada, para encarar 2025, segundo analisa Domingos Filho.
O caminho das pedras envolve, entre outros pontos, conhecer bem os números da gestão, otimizar os recursos e saber onde buscar financiamento.
Com esse mote, o entrevistado no programa Política diz acreditar que um seminário em nível estadual,envolvendo todos os gestores, poderia ser um primeiro grande passo.
O evento poderia ser puxado pela Aprece.
Sobra dinheiro
Segundo relata Domingos Filho, vários ministérios devolvem dinheiro, todos os anos, porque não tiveram onde investir.
Ou seja, não chegaram projetos em Brasília – no caso, de municípios – com demandas de apoio financeiro.
Esta deve ser uma lacuna a ser trabalhada. Programas do tipo ofertam arranjos econômicos em várias áreas.
Folha de pessoal
Pagamento de servidores – efetivos e temporários -, é, de longe, o principal canal por onde escoa dinheiro público.
Inchaço de folhas, o grande apelo de prefeitos, antes e depois de eleições, pressiona contas públicas, fortemente.
Para Domingos Filho, ou o gestor corta na própria carne ou verá a situação degringolar ao longo da gestão. Confere.
Marcas são conquistas de médio prazo
Domingos Filho é referência política para muitos gestores municipais. Particularmente, para seus liderados do PSD no Ceará.
O entrevistado da TV Otimista diz entender a expectativa de vários deles em mostrar resultados já nos primeiros meses de gestão.
“Há uma ansiedade muito grande. Isso é natural”, diz o veterano. Mas esse não é o caminho, afirma. Pelo contrário.
“Os prefeitos têm de ser extremamente criteriosos”, ensina. E acrescenta: para ele, é um equívoco querer construir a chamada marca da gestão sem planejamento financeiro.
“Tudo isso custa dinheiro”, diz lembrando que as gestões mais exitosas do Estado foram maturadas ao longo dos anos. Ele cita sua Tauá e Sobral.