

Nesta quarta-feira (15), exatas duas semanas depois de tomar posse como prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) anuncia a aguardada reestruturação político-administrativa da Capital.
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Os verbos cortar, reduzir, revisar e negociar poucas vezes foram tão conjugados como agora, nos corredores do Paço Municipal.
A hora é agora. Deixar para semanas ou meses depois é contratar dúvidas sobre a pertinência das medidas e, com isso, ter de arcar com provável baixa aceitação das mesmas.
Capital político tem características químicas peculiares. Costuma passar de estado sólido para gasoso na mínima alteração das condições de temperatura e
O prefeito vai cortar o próprio salário, da vice, Gabriella Aguiar (PSD), e do secretariado.
É um ato simbólico e válido, pelo que representa da ideia de austeridade.
Na política, ação é a mensagem.
Evandro cortar o salário equivale a um governador vestir colete salva-vidas num local de tragédia; um ministro da saúde aplicar a primeira dose numa campanha de vacinação ou um secretário municipal tapar o primeiro buraco de asfalto. É assim que funciona.
Na prancheta de Evandro há anotações sobre déficits financeiros, atrasos em pagamentos e crises – a exemplo da saúde municipal.
A reestruturação de hoje aponta nessa direção, entre outros aspectos.
Para além dos objetivos financeiros imediatos

A reestruturação prometida por Evandro não aponta somente para as contas da Prefeitura.
Qualquer gestor quer ir muito além de pagar dívidas – correntes ou atrasadas.
O eleito quer e precisa fazer caixa, com o qual vai começar a tirar promessas do papel.
Sem isso, não se diz a que veio – e nunca se sabe até onde vai a lula de mel com a opinião pública.
Sem dinheiro ou pelo menos capacidade de endividamento, administrações não saem do lugar.
Contas da PMF e futuro político
O terceiro, mas não menos importante, aspecto da reestruturação feita pelo prefeito Evandro Leitão na Prefeitura de Fortaleza guarda relação com a posteridade política.
Está correto o petista ao publicizar os números que recebeu da gestão anterior.
Mas aqui cabe uma leitura a mais. Grupos e personagens, independentemente de resultados eleitorais, morrem e nascem inúmeras vezes.
Na dúvida, é bom ter bem cravado, na memória eleitoral coletiva, a suposta ideia de terra arrasada e quem esteve ao lado de quem em verões passados.