

O presidente Lula está aprendendo, da pior forma, que o Congresso Nacional não é o mesmo de duas décadas atrás, quando o petista subiu a rampa do Planalto pela primeira vez.
Foi assim na primeira metade do atual mandato e praticamente nada indica que será diferente, a partir de agora, até o final de 2026.
A eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pode ser uma sequência piorada, para o governo, do que se viu até aqui.
No primeiro governo Lula houve o mensalão – pagamento régio a parlamentares, que vendiam apoio político. Agora, o Congresso controla centenas de bilhões do Orçamento da União.
O sistema “toma lá, dá cá” de outrora entre o Planalto e o Legislativo mudou de patamar. Agora, salvo interferências do STF, é somente o “da cá”.
Motta e Alcolumbre foram eleitos por méritos do centrão, o Leviatã de Brasília. Enfraquecido, o governo Lula assistiu ao processo eleitoral nas duas Casas.
Empoderado e altivo, o Congresso atual pode dar-se ao luxo de praticar fidelidade duvidosa com o governo, contra a qual o Planalto pouco pode fazer.
Popularidade será fiel da balança
Os presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre, apesar da aparente jovialidade política, são duas raposas no ramo.
Não à toa sentam em duas das mais poderosas cadeiras do País.
Estamos entrando no campo gravitacional das eleições de 2026.
O marco, certamente, mexerá com os humores na Câmara e Senado.
Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o presidente Lula tenta ganhar envergadura e popularidade.
Sem essa tração, os próximos meses serão difíceis para o Planalto.
Anotem: esse ponto será o fiel da balança. Motta e Alcolumbre não são afeitos a abraço de afogado.
Lula
O governo Lula mandou confeccionar uma campanha de comunicação, vai fazer uma reforma ministerial e o presidente vai retomar a agenda de viagens.
Somados, os itens acima têm potencial para dar uma virada na imagem do Planalto e seu principal inquilino.
Tempo hábil para isso ainda existe. O velho segredo é não errar no básico.