
As varizes são veias dilatadas e tortuosas que se desenvolvem abaixo da pele, sendo um dos problemas vasculares mais frequentes entre as mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a prevalência média das varizes na população brasileira é de 38%, afetando 30% dos homens e mais de 45% das mulheres.
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Essa diferença significativa se deve, principalmente, à influência dos hormônios femininos ao longo da vida. Estima-se que cerca de 70% das mulheres desenvolvam algum grau de varizes, resultado das oscilações hormonais que fragilizam as paredes das veias e favorecem a dilatação.
Segundo a Dra. Ilana Barros, médica angiologista e especialista em cirurgia vascular, entender o papel dos hormônios nesse processo é fundamental para prevenir e tratar a doença de forma adequada. “As varizes em mulheres têm relação direta com os hormônios femininos, como o estrogênio e a progesterona. Eles provocam alterações na parede das veias, deixando-as mais frágeis e suscetíveis à dilatação”, explica.
Os primeiros sinais costumam surgir ainda na juventude, mas o agravamento se dá principalmente em fases específicas da vida da mulher, como a gestação e a menopausa. “Na gravidez, o útero cresce e comprime as veias da pelve, dificultando o retorno venoso. Já na menopausa, ocorre queda dos hormônios e a perda da elasticidade das veias, o que favorece ainda mais o surgimento das varizes”, destaca.
Embora a predisposição genética seja um fator importante, é possível adotar hábitos saudáveis desde cedo para reduzir os riscos. “Manter o peso controlado, praticar atividades físicas regularmente e não passar longos períodos sentada ou em pé são cuidados simples que fazem diferença”, reforça a especialista.
Durante a gestação, o uso de meias de compressão e a drenagem linfática também são grandes aliados para minimizar os sintomas e evitar complicações. “É muito comum as pacientes chegarem com queixa de pernas pesadas, inchaço e dor. Sempre reforço que o acompanhamento médico nessa fase é fundamental, principalmente quando já existe histórico familiar”, orienta.