

Religião e política acompanham a humanidade desde que o mundo é mundo.
Siga o Poder News no Instagram.
Historicamente, inclusive, uma existe e flui em função da outra.
Nem por isso, porém, a mistura precisa ser explícita – a não ser por elevados motivos humanísticos.
Nesse quesito, Francisco, futebolístico que era, fez vários gols de placa.
Reformador – a provável síntese de seu legado -, o papa não se esquivou de temas-tabus da Igreja.
Da diversidade de gênero ao enfrentamento de conflitos armados, passando por medidas internas em instituições católicas, Francisco marcou época.
Francisco foi anti-trumpista, combateu a corrupção, escândalos sexuais e alertou sobre mudanças climáticas.
O último papa foi o que mais deu entrevistas. Ele ligava para pessoas que o enviavam cartas e ia, pessoalmente, trocar os óculos.
A escolha pelos pobres foi enfática: dos sermões contra a desigualdade social ao nome “Francisco” adotado no papado.
Simplicidade, diálogo e transparência eram marcas do pontífice.
O primeiro latino-americano e jesuíta a chefiar o Vaticano, Francisco foi, nos últimos 12 anos, um contraponto aos tradicionalistas da fé.
Nesse período, evitou ir ao seu país de origem – Argentina -, para evitar, supõe-se, explorações politiqueiras portenhas.
Esses e outros pontos têm muito as referências da política – feita com grandeza.
Conclave
A propósito de política, já começa a se desenhar, ainda em meio ao luto e comoção mundiais, o cenário de escolha do novo papa.
A parte que sucede a litúrgica expressão “Trono Vazio”, ou algo assim, rende – como já rendeu – muitos filmes e livros.
Aqui é política pura – não, necessariamente, da melhor espécie.
O atual colegiado tem 252 nomes – dos quais 108 foram nomeados por Francisco.
Desse total, 136 cardeais estão aptos a votar.
O Brasil entra com oito, sete têm idade para votar – até 80 anos de idade. Nenhum deles é papável.
“O poder de Deus, a ambição dos homens”, define Robert Harris, na obra Conclave – base para produção na telona homônima.
Vale ler e assistir.