

A euforia da direita americana com a eleição do compatriota Robert Francis Prevost papa Leão XIV é inexplicável pela linha da fé cristã apostólica romana.
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Igualmente é duro de entender a campanha aberta de Donald Trump – especula-se sobre lobby, inclusive –, para o resultado do conclave da última quinta-feira (8).
Tampouco foi politicamente gratuita a visita do vice J.D. Vance, recém-convertido, ao então papa Francisco – a última audiência do pontífice.
Como lembrado aqui, na última sexta-feira (9), Prevost chega ao Trono de Pedro num mundo polarizado. A direita avança como cavaleiros ao quebrar de selos.
Uma das explicações que vai se erguendo carrega uma leitura mais pragmática sobre o interesse do trumpismo no papado de Leão XIV.
Seria o melhor dos cenários contar com a simpatia de um líder de 1,4 bilhão de almas ao redor do mundo.
A direita tem à disposição gigantesco poderio econômico global.
Mas falta ao mainstream sustentação moral, à base de valores universais, defendidos pela Igreja Católica, para várias de suas bandeiras.
Leão XIV pode ser a demão de verniz ético de que a direita e extrema-direita precisam. Estamos falando de um jogo utilitarista.
É isso o que está por detrás da tentativa de captura simbólica do novo papa. Não é uma questão de fé.

Imigração é ponto central entre Vaticano e Casa Branca
Aproxima-se de 48 milhões o número de imigrantes nos Estados Unidos – a maioria da América Latina e Ásia.
Inescapável, o tema, mais cedo ou mais tarde, ligará o gabinete papal, no Vaticano, ao Salão Oval, na Casa Branca.
Esse é apenas um dos exemplos de uma longa agenda comum a ser construída entre Trump e Leão XIV.
Isso não significa, porém, sucumbir aos interesses do republicano – muito menos negar o diálogo e pontes diplomáticas.