
Por Luiz Henrique Campos
Emparedado nas redes sociais pela estratégia dos adversários de propagar desinformação e impulsionar via robôs, o governo federal deveria aceitar a ideia da criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional e usar esse espaço como palco para atacar, o que não tem conseguindo à altura, se colocando sempre na defensiva.
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O ponto central da questão, é que as fraudes no INSS vem desde 2019, ainda no governo anterior, como atestou a Polícia Federal, mas a estratégia do governo não está tendo força para mostrar isso, porque os canais e o método usado pelos adversários é difícil de combater, pois jogam com a mentira massivamente.
No caso do governo, por mais que tente explicar, o êxito será sempre abaixo do esperado, já que naturalmente a mentira terá um apelo maior, dada a própria condição do ser humano de aceitá-la sem contestação; e os que a propagam, por vezes, serem tão convincentes ao ponto de eles próprios acreditarem nelas.
Sobre a mentira, uma rápida passagem pela história é reveladora desse fenômeno, onde grandes figuras se valeram desse subterfúgio no seu tempo para angariar simpatia, benesses ou respeito. Heródoto, por exemplo, no século 5 A.C., foi pioneiro na utilização da narrativa histórica, usando para descrever batalhas entre gregos e persas, cobras voadoras, homens com cabeça de cachorro e gente com olhos no peito, entre outras bizarrices.
Já o apóstolo Pedro, o primeiro papa, negou publicamente por três vezes ser um dos apóstolos e até mesmo conhecer seu mestre. Galileu, por sua vez, precisou mentir para escapar da condenação à morte, em vista da Santa Inquisição considerar uma heresia sua teoria de que os planetas giram em torno do Sol e a Terra não é o centro do Universo.
Se em outros tempos, onde a propagação de uma mentira era mais complexa, hoje, com a internet e todos os instrumentos mais acessíveis, mentir virou técnica de produção industrial. Aliado a isso, insere-se nesse contexto o dom especial do mentiroso que é dominar outras pessoas. Não à toa, os grandes mentirosos têm uma mente doentia. Uma mente psicopata, onde mentir para si mesmo, contradizendo Renato Russo, nunca será a pior mentira.
Com relação a CPMI, esse fórum outrora perigoso para qualquer governo, mostra que já não possui tanta força como antes, ainda mais com o nível da oposição existente no Congresso Nacional, com parlamentares despreparados tecnicamente e mais afeitos a vídeos do que a verdade.
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