A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
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O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes após a parlamentar informar, na manhã desta terça-feira (3), que deixou o Brasil. Em entrevista a um canal no YouTube, Zambelli disse que saiu do país para realizar um tratamento de saúde e que vai solicitar licença do mandato. Ela afirmou que deve permanecer na Europa, mas não revelou o local exato.
No STF, Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. A deputada também foi condenada ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos. O processo está em fase de recurso.
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. O ataque foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado a ação a mando da deputada.
Eleições
Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, ela se tornou ré no Supremo pelo episódio em que sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
A perseguição começou após uma troca de provocações entre Zambelli e Luan durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.
Até o momento, o STF registra placar de 6 votos a 0 pela condenação da parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. O julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Líder do PT na Câmara
Mais cedo, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou uma representação na PGR. O líder do PT na Câmara dos Deputados solicitou que o Ministério Público Federal (MPF) tome as medidas necessárias para que o Poder Judiciário determine a prisão da deputada.
“Protocolei representação à PGR com pedido de decretação de prisão preventiva da deputada federal”, informou Farias, em suas redes sociais. Na mesma publicação, o deputado afirma ter requisitado que a PGR solicite ao STF a prisão preventiva de Zambelli e a inclusão de seu nome no alerta global da Interpol.
Farias também pediu que a PGR inicie os procedimentos de extradição, determine o bloqueio de valores da parlamentar e oficie o Ministério das Relações Exteriores para revogação do passaporte diplomático dela.
Defesa
Após Zambelli comunicar que deixou o país, o advogado Daniel Bialski informou sua saída da defesa da deputada.
“Eu fui apenas comunicado pela deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Todavia, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da deputada”, disse o advogado.
