

Em primeiro lugar, vamos chamar o fato político pelo nome certo. O PDT do Ceará não voltou para o governo do Estado.
Siga o Poder News no Instagram
Rigorosamente, o partido presidido, no Ceará, pelo deputado federal André Figueiredo, retornou para o colo do PT – que controla o Executivo e que tem entre seus filiados o governador Elmano de Freitas.
Acompanhe. PT e PDT romperam há três anos – junho/julho de 2022. Cada sigla tomou seu rumo. Disputaram as últimas eleições estaduais.
O PT ganhou, com Elmano; o PDT perdeu, com Roberto Cláudio.
Então, há três anos, quando houve a cisão, ainda não havia ocorrido as eleições.
Elmano ainda não era governador. A gestão, pilotada por Izolda Cela, estava na reta final.
Por que isso faz diferença? Porque muito mais do que voltar ao governo Elmano – de novo, que ainda não existia, quando houve o rompimento -, o PDT retorna à sobra do PT.
Com uma grande diferença. Em 2022, quando um subgrupo de pedetistas resolveu lançar RC ao governo, em detrimento de Izolda, José Sarto Nogueira (PDT) era prefeito de Fortaleza.
O restante da história todos sabem.
Tudo somado e considerado, o PDT volta muito menor, em comparação ao tamanho que tinha, há três anos.
O partido saiu da aliança com PT pela porta da frente. Volta pela porta dos fundos. Isso vai fazer muita diferença. Anotem.
Chegada do PDT impacta correlação de forças políticas

Embora retorne em baixa ao arco de alianças que orbita o Palácio da Abolição, o PDT movimentará a correlação de forças políticas aliadas.
Nenhuma adesão política acontece sem o mínimo acertado sobre reciprocidade. Em bom português: que espaços do governo Elmano serão entregues aos cristãos novos.
Por óbvio, essas estruturas ou sairão de velhos aliados ou terão de ser criadas.
Vem por aí uma acirrada eleição para deputado federal e estadual. Isso entra na conta.
Oposição precisa realinhar
Com a saída do PDT-CE do grupo que faz oposição ao governo Elmano de Freitas (PT), PL, União Brasil e outras forças menores terão de recalibrar as ações e redobrar o esforço.
Na Assembleia Legislativa do Ceará, onde o PDT tem quatro cadeiras, serão falas e votos a menos; na imprensa, tais espaços também tendem a ser remodelados.
A sangria política vai impactar, sobretudo, na discussão de ideias que vislumbrem, aos olhos da oposição, um projeto alternativo ao que está rodando – agora também com o apoio dos mais novos aliados.