
A decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 15% ao ano provocou forte reação negativa de entidades da indústria, comércio e centrais sindicais. Para Ricardo Alban, presidente da CNI, a medida é “injustificável” e compromete a produção, o crédito e os investimentos. A Apas e a Associação Comercial de São Paulo também expressaram preocupação, afirmando que havia espaço para manter ou até reduzir a taxa, diante do atual cenário de desaceleração econômica e valorização do real.
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Apesar das críticas, a ACSP destacou que a inflação subjacente ainda está acima da meta e, somada à expansão fiscal e expectativas inflacionárias desancoradas, justificaria uma política monetária mais restritiva. No entanto, o economista da Apas, Felipe Queiroz, afirmou que a manutenção de juros elevados compromete o crescimento econômico, que poderia ser maior do que os 2,2% projetados caso os juros estivessem em níveis mais razoáveis.
As centrais sindicais também condenaram a medida. A CUT acusou o BC de aprofundar o desequilíbrio social ao favorecer o setor financeiro em detrimento da geração de empregos e do consumo das famílias. A Força Sindical reforçou que a política de juros altos favorece a especulação, sufoca a produção e aumenta o desemprego e a pobreza. Para os sindicatos, a política monetária do Copom compromete diretamente o desenvolvimento social e econômico do país.