
Uma pesquisa do Datafolha revelou que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria, enquanto 39% optam por vínculos formais com empresas. A valorização da renda sobre o emprego com carteira assinada também cresceu: em 2022, 21% priorizavam o ganho maior mesmo sem CLT; agora são 31%. A preferência por ser autônomo é mais forte entre os jovens e entre os simpatizantes do PL, enquanto mulheres, pessoas mais velhas e eleitores do PT ainda valorizam mais o vínculo formal.
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O levantamento mostra que fatores como escolaridade, renda e religião influenciam a percepção sobre a importância da CLT. Trabalhadores com menor renda e escolaridade tendem a valorizar mais o emprego formal, devido aos benefícios garantidos por lei. Já os mais qualificados e com maiores salários demonstram maior interesse por trabalhos autônomos e flexíveis. O avanço do trabalho via aplicativos e o mercado aquecido ajudam a explicar essa mudança de mentalidade.
De acordo com o economista Daniel Duque, da FGV, o enfraquecimento da CLT é um reflexo cultural e econômico, impulsionado pelo desejo de flexibilidade e pela alta carga de encargos trabalhistas. Ele prevê uma pressão crescente por reformas que reduzam os custos do trabalho formal, sobretudo à medida que os jovens — mais favoráveis à autonomia — assumem protagonismo no mercado. A pesquisa foi realizada entre 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas em 136 municípios.