

Os últimos fatos envolvendo Jair Bolsonaro (PL) – tarifaço, ação da Polícia Federal etc –, deixam o ex-presidente cada vez mais longe do retorno ao poder.
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Pelo contrário. São favas contadas o ocaso – para dizer o mínimo –, do líder direitista. Nem mesmo o mais esperançoso dos aliados acredita em uma absolvição no Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo.
A ausência dessa expectativa de poder vai fazer migrar, necessariamente, os olhares de seu espectro político para outros nomes. Todos sabem que é assim que o jogo funciona.
Aqui já foi dito, inclusive, que, historicamente, a direita chega ao poder com personagens caricatos, atabalhoados e toscos.
Depois, esses seres são substituídos, numa espécie de decantação política.
Qualquer semelhança com Bolsonaro não é mera coincidência. Basta ver que opções já pontuam muito bem em pesquisas eleitorais.
Na cotação do dia, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) veste e calça este figurino.
Com exceção do círculo mais fechado em torno do clã, os apoios tendem a se esvaziar.
A direita já entendeu isso. Bolsonaro ficará apenas como provável referência simbólica – e olhe lá.
O abandono do velho político é uma questão de tempo – talvez, alguns meses.
Para se viabilizar, Tarcísio de Freitas precisa errar menos

Os movimentos erráticos do presidenciável Tarcísio de Freitas são frutos das circunstâncias. Bolsonaro é tido e havido, ainda, como principal nome da direita brasileira.
Assim sendo, o ex-presidente, que desconfia até da própria sombra, quer ver provas de fidelidade a ele. Basicamente, foi isso o que levou Tarcísio a cometer erros, nos últimos dias, na questão do tarifaço.
Mas isso é por enquanto. Chegará um momento em que o governador terá de errar menos, para se viabilizar.
Ataques fortalecem Moraes

A radicalização de bolsonaristas contra o ministro Alexandre de Moraes (STF) pode ser um tiro no pé.
Os pesados ataques têm potencial de sedimentar dois fatores. O primeiro deles é a unidade da Corte, no previsível efeito corporativista e institucional.
Ou seja, Moraes ficará ainda mais empoderado.
O segundo é a convicção com que a Primeira Turma votará, brevemente, o processo sobre a trama do golpe.
Ao elevar demais o tom e dobrar a aposta, o bolsonarismo terá igual reação em sentido contrário. É uma questão quase física.
E ainda terão o reforço de “bando de malucos”, como já vem dizendo o esperto presidente Lula (PT).
Neste momento, o caminho da vitimização de Bolsonaro seria, provavelmente, o mais adequado a trilhar.