
Uma possível fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul tem gerado forte preocupação entre os órgãos de defesa do consumidor no Brasil. O Procon-SP enviou um relatório a entidades federais, como o Cade e a Anac, alertando sobre os “potenciais impactos à livre concorrência” caso a união se concretize. O documento é resultado de uma consulta pública com especialistas e entidades do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
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Especialistas ouvidos pelo Procon-SP indicam que a fusão criaria uma empresa detentora de 62% do mercado doméstico, estabelecendo um “duopólio de fato” com a Latam. Em aeroportos estratégicos como Campinas, Confins e Recife, essa nova companhia poderia operar mais de 80% dos voos, chegando a quase 100% em Campinas. A previsão é de “inevitável aumento de preços ao consumidor final e redução de oferta de rotas”, além de possível queda na qualidade dos serviços.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, já se manifestou contra a fusão, citando a preocupação com a concentração de mercado. Enquanto a Azul e a Gol passam por processos de recuperação judicial nos EUA, a Azul declarou estar cooperando com o Cade. A Abra Group, controladora da Gol, defende que a fusão criaria um player mais competitivo, expandindo a oferta de voos e democratizando o setor, sem sobreposição em 90% das rotas diretas.