
Empresários e senadores brasileiros que negociam com autoridades americanas em Washington pretendem alertar sobre as consequências da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros: o risco de o Brasil ampliar sua influência com a China. A abordagem parte do princípio de que as tarifas dos Estados Unidos possuem um contexto mais político e geopolítico do que puramente econômico, especialmente após o tom dado por Donald Trump ao citar o ex-presidente Jair Bolsonaro e ameaçar países do Brics.
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A estratégia visa mostrar aos americanos que, se o objetivo das tarifas é afastar o Brasil de discursos ligados à desdolarização, o efeito pode ser o oposto, impulsionando ainda mais a relação comercial já estreita do Brasil com a China. Hoje, o Brasil está mais próximo do que nunca da China nas relações comerciais, e o bloco dos Brics tem crescido em número de membros nos últimos anos.
O setor mineral é apontado como peça-chave nas negociações. Autoridades brasileiras e representantes do governo dos EUA se reuniram para debater um possível acordo na área de minerais críticos, um mercado dominado pela China e prioridade para Trump. No agronegócio, o principal destino das exportações brasileiras já é a China, com acordos bilaterais firmados durante a visita de Lula a Pequim e a abertura de escritórios de associações do setor em Pequim.