
Não dá para dizer se houve cálculo político na decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF) de mandar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – agora confinado em domicílio.
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Mas dá para afirmar que o algoz do líder da direita brasileira o fez, exatamente, quando o ex-mandatário amarga sua pior fase do inferno astral pós-Planalto.
Como aqui já dito, os Bolsonaro erraram feio ao atrelar a quimera da anistia do 8 de Janeiro ao tarifaço do presidente Donald Trump.
Também aqui foi registrado por este colunista que a direita ajuizada tende a abandonar Bolsonaro – pelas condições objetivas e pragmáticas que todos conhecem.
No último domingo, 3, nenhum dos pretendentes a herdeiro do eleitorado de Bolsonaro apareceu nas manifestações pró-anistia e anti-STF.
Mas o mito apareceu – mesmo que a distância -, no viva-voz com o filho, Flávio, e em videoconferência, com a mulher, Michelle.
Juristas são praticamente unânimes em avaliar que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares – na semana passada, ele havia sido advertido e castigado com tornozeleira.
Na avaliação dos mais legalistas, ainda saiu barato para Bolsonaro – no limite, nesta segunda-feira, 4, ele poderia ter descido.
Soou como deboche a imagem do ex-presidente, numa tarde de domingo, à beira da piscina, gerando conteúdo que facilmente iria para as redes sociais.
E foi. Flávio Bolsonaro postou. Logo após consulta a advogados, deletou. As ações estão sendo vistas como espécie de confissão.
Voltando ao possível cálculo político de Moraes para mandar prender Bolsonaro.
Pode até não ter havido, mas chance melhor o ministro não teria antes do julgamento do processo que corre no Supremo em que Bolsonaro é réu.
Flavio postou conteúdo do pai na internet – isso está proibido. Erro feio.
Moraes não desperdiçou a chance.