
A relação entre a dívida pública e o PIB do Brasil, hoje em 76,6%, deve ultrapassar 80% em 2026 e permanecer acima desse patamar por pelo menos uma década, segundo o Tesouro Nacional. O cenário, marcado por juros altos e déficits persistentes, tende a limitar o crescimento econômico.
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Um estudo do Banco Mundial mostra que, em países emergentes, dívidas acima de 64% do PIB reduzem o potencial de crescimento: cada ponto percentual extra de endividamento tira, em média, 0,02 ponto do PIB. Pela metodologia do FMI, que inclui a dívida na carteira do Banco Central, o índice brasileiro já está em 89,9%.
Especialistas apontam que o peso da dívida reduz a confiança dos investidores, eleva juros e restringe investimentos, sobretudo em áreas intensivas em capital, como infraestrutura e habitação. Ao contrário de países ricos com dívidas elevadas, o Brasil tem baixa poupança interna e juros altos, o que torna o endividamento mais nocivo.
Mesmo com eventuais ajustes fiscais, a dívida deve seguir crescendo nos próximos anos. Projeções indicam que o espaço para despesas discricionárias — aquelas que não são obrigatórias — pode se esgotar em até cinco anos, comprometendo o funcionamento da máquina pública e a capacidade de investir.