

Ciro Ferreira Gomes (ainda no PDT) não disse, publicamente, que rumo vai tomar em 2026 – se disputará a sucessão do governador Elmano de Freitas ou do presidente Lula (ambos do PT).
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Entre várias outras questões que aguardam a decisão, está a principal referência a ser adotada pelo hoje pré-candidato: ex-governador ou ex-ministro.
Há uma regra, segundo a qual, personagens são apresentados ao grande público pelo último cargo que ocuparam ou o mais relevante.
Mas isso é filigrana de manual de jornalismo – não funciona nas batalhas político-eleitorais.
A definição a que Ciro pretende ser associado atende a outros critérios – e isso não é mero detalhe. Vejamos.
Quando migrou do governo do Ceará para o Ministério da Fazenda, no já distante setembro de 1994, Ciro começava ali sua fase da carreira política nacional.
Ele deixou o grupo político que liderava no Estado aos cuidados do irmão – então deputado estadual Cid Gomes. Ambos eram filiados ao PSDB.
Quatro candidaturas presidenciais depois (1998, 2002, 2018 e 2022), Ciro parece fazer o caminho de volta – isso, se ele disputar o Abolição em vez de o Planalto.
Ora, se for essa a ideia, o estratégico é se identificar como ex-governador do Estado.
Isso poderá ser um bom mote para diagnósticos do atual governo, respaldados pela experiência.
Muito provavelmente, Ciro tenha algo a apresentar na ficha de ex-chefe do Executivo cearense – decisões importantes, obras etc.
No mínimo, ele poderá dizer que já esteve lá e que sabe como fazer – mesmo que precise afirmar isso para uma geração de eleitores de três décadas depois.
De qualquer forma, isso pode ser um ativo político precioso.
Por outro lado, há sérias dúvidas se Ciro agrega algo ao eleitorado dele, apresentando-se como ex-ministro de Lula – talvez, pelo contrário.
Se o pajé está voltando à aldeia, pode fazer algum sentido ele se reapresentar às tribos. Os índios agradecem.
E como dissemos acima, isso não é um detalhe.
#ficaadica.
Bom final de semana a todos.