
Em um mundo cada vez mais influenciado pela presença das inteligências artificiais, a escrita – em suas diversas formas – parece estar diante de um dilema crucial.
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Textos que vão desde um romance elaborado até um simples bilhete deixado na porta da geladeira correm o risco de perder sua essência diante do avanço das ferramentas tecnológicas. 
Essa é a preocupação central do escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, que lança seu novo livro “Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs”. Para ele, a ameaça não está apenas no impacto da IA sobre o mercado de trabalho, mas em algo mais profundo: a possível perda de uma prática essencialmente humana, o que representaria um retrocesso intelectual e civilizatório.
A obra surge como um manifesto e também como um guia para aqueles que desejam cultivar a escrita criativa, especialmente a ficcional, em tempos de crescente mecanização. Rodrigues ressalta que, embora os robôs consigam produzir textos com aparência de autenticidade, falta-lhes aquilo que é fundamental na criação literária: a subjetividade. A IA pode até imitar com maestria a linguagem humana, mas carece de consciência, de intenção artística e da experiência que molda a voz de um autor.
O escritor, que já havia desenvolvido ideias sobre o tema em seu blog Todoprosa, entre 2006 e 2016, afirma que a chegada da IA generativa apenas acelerou a necessidade de discutir o valor da escrita feita por pessoas. Para ele, escrever com ambição artística é transformar a linguagem em espetáculo – e isso, segundo afirma categoricamente, é algo que só um ser humano é capaz de fazer.

 
                        
