
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, 23, para dirigir críticas indiretas aos Estados Unidos e ao governo de Donald Trump, que falou logo em seguida. Embora não tenha citado diretamente o republicano nem o país, Lula fez menções a sanções, ingerência em assuntos internos e violações do multilateralismo.
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Trump acompanhou a fala do brasileiro de uma sala reservada e, antes de subir ao púlpito, cumprimentou rapidamente Lula. Os dois combinaram um encontro para a próxima semana.
Entre os trechos do discurso, Lula afirmou que o “multilateralismo está diante de nova encruzilhada”, em referência a medidas unilaterais adotadas por Washington, como a saída de organismos internacionais e a imposição de tarifas comerciais. Também classificou como “sanções arbitrárias” e “intervenções unilaterais” as pressões do governo Trump sobre o Brasil em meio à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O petista ainda criticou a política migratória americana, os bloqueios de resoluções da ONU sobre a Palestina e a resistência dos EUA a iniciativas de regulação digital, tributação global e governança da inteligência artificial. Também condenou a inclusão de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo e chamou de “inadmissível” a postura de Washington diante da crise em Gaza.
Em sua fala, Lula destacou a independência do Judiciário brasileiro e disse que a condenação de Bolsonaro prova a solidez da democracia no país. Reforçou ainda que o Brasil não aceitará tutelas externas: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de ingerência.”
Ao final, Lula projetou a COP30 em Belém como “a COP da verdade” e pediu maior cooperação internacional, criticando os retrocessos no sistema multilateral de comércio.