
Entre 2014 e 2024, o número de atendimentos a adolescentes de 15 a 19 anos com sintomas de transtornos de ansiedade no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou mais de 3.300%.
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Segundo dados divulgados pelo Correio Braziliense, os registros saltaram de 1.534 para 53.514 em apenas dez anos.
Especialistas apontam uma combinação de fatores para esse crescimento alarmante. Para a psicóloga Rozilene Rodrigues de Souza Pereira (CRP 09/8873), que atua em Goiânia (GO), os impactos da pandemia de Covid-19 — oficialmente encerrada em 2023 — ainda são sentidos por muitos adolescentes.
“Os efeitos emocionais da pandemia ainda são percebidos em muitos jovens, com sinais de ansiedade, irritabilidade e dificuldades de adaptação social”, afirma a profissional.
Prevenção e apoio escolar são fundamentais
Pereira destaca a importância de ações preventivas e da atuação conjunta entre escolas e famílias. Segundo ela, o diálogo entre professores, responsáveis e profissionais da saúde pode ajudar na identificação precoce de sinais de sofrimento psíquico.
“Quando há integração entre os diversos agentes envolvidos na vida do jovem, é possível garantir um encaminhamento mais rápido e eficaz ao suporte necessário”, ressalta.
Ela também lembra que, desde 2019, a Lei 13.935 garante a presença de psicólogos nas escolas públicas de educação básica. Além disso, outros dois projetos de lei — o PL 4.928/2023 e o PL 2.083/2020 — aguardam discussão no Congresso Nacional com o objetivo de ampliar o cuidado com a saúde mental de estudantes.
Apesar dos avanços legislativos, a psicóloga destaca que ainda há entraves à implementação efetiva das políticas públicas.