

Pesquisa Pulso Brasil/Ipespe dos últimos dias aponta que a Câmara dos Deputados é reprovada por 70% dos brasileiros.
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No Senado, a taxa chega a 59% e no Supremo Tribunal Federal (STF), 44%.
O presidente Lula recuperou-se um pouco, mas a rejeição ainda é maior do que a aprovação.
Na mesma pesquisa, está 50% a 48%, respectivamente.
Vistos no conjunto, os dados mostram que os Três Poderes da República estão em descompasso com a média da opinião pública brasileira.
As causas da desconexão, certamente, são multifatoriais.
No conjunto da obra podem estar desde a apatia diante das demandas sociais até a falta de transparência.
Atolados em regalias, poderes, em geral, são vistos como perdulários. Produzem pouco ou quase nada para mudar a realidade do cidadão comum e ainda mandam a conta.
A disputa política, propriamente, também tem seu quinhão neste latifúndio de desgastes.
Se por um lado é saudável, já que estamos falando de democracia, por outro paralisa governos e mandatos.
O fato é que é muito difícil para uma nação como o Brasil, com enormes contrastes e desafios, encontrar seu rumo com instituições tão distantes do povo.
Nível de exigência do eleitor aumentou nos últimos anos

Escolaridade e acesso à informação em ritmo crescente podem ajudar a explicar o nível de insatisfação popular para com os Poderes da República e seus mandatários.
Décadas atrás só se via político de quatro em quatro anos. Hoje, ele precisa estar em telas o tempo todo, ao alcance de um clique.
Termômetro dos tempos atuais, as redes sociais julgam, rebaixam ou elevam reputações ao sabor do vento.
No parlamento, por exemplo, uma fala ou um voto polêmico pode ser fatal.
Não é química; é matemática
Donald Trump diz que não faz negócio com quem não gosta. Pura firula.
A diplomacia requer protocolos e modos, mas é um jogo de interesses, às vezes mediados por acordos, pressão e até armas.
Os EUA têm um passivo comercial com o Brasil, que por sua vez tem todos os motivos para se manter à mesa de negociações.
Há um perverso tarifaço a ser tratado, afora outros pontos de pauta que interessam a ambos os países.
Esse é o ponto na aguardada reunião entre Trump e Lula.
Nem precisa ter química. É uma questão matemática.
É assim no fim
Pragmático, o presidente Lula parece conviver bem com desembarques de seu governo.
O último foi o agora ex-ministro do Turismo, Celso Sabino, do União Brasil.
A rigor, é uma espécie de ciclo.
No início, a montagem do governo vira uma Arca de Noé, com aliados, ex-aliados e até adversários.
Na reta final, ficam os de sempre, com o PT no núcleo duro e as costelas nas órbitas.
Emendas
Relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, o deputado Gervásio Maia (PSB-PB) quer que o governo Lula pague todas as emendas parlamentares ao Orçamento até junho, antes das eleições de outubro.
É claro que o Planalto não quer nem ouvir falar dessa proposta. Com quer armas o governo ficaria no segundo semestre, o mais decisivo de todos?
A leitura do jogo – por Ciro Nogueira

Presidente nacional do Partido Progressista (PP), o senador Ciro Nogueira, bolsonarista casca grossa, é entusiasta da união da direita em torno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O chefe do Executivo Estadual é o nome mais viável para disputar com o presidente Lula (PT), provável candidato à reeleição.
Nordestino do Piauí, Ciro é, inclusive, um dos cotados para ser vice de Tarcísio. E crava: falta bom senso à direita.
Exemplo: quando insiste em relançar Jair Bolsonaro (PL) no ano que vem. Inelegível, condenado e adoentado, o ex-presidente será carta fora do baralho.
Ciro está correto. É uma questão de tempo.
A própria Michelle sabe disso. Nos últimos dias, a ex-primeira-dama admitiu a possibilidade de vir a ser candidata.