A um ano das eleições, os governos de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Lula (PT) intensificam disputas nos bastidores, enquanto disputam protagonismo político na crise do metanol — que já deixou cinco mortos em São Paulo, com 22 casos em investigação.
Siga o Poder News no Instagram
O governo federal anunciou abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar possível participação do crime organizado na adulteração de bebidas. Em resposta, o governo estadual concedeu coletiva negando qualquer envolvimento de organizações criminosas.
Lula já manifestou intenção de concorrer a mais um mandato, enquanto Tarcísio é apontado como opção da direita com apoio de Jair Bolsonaro (PL). Nos bastidores, autoridades federais reclamam da falta de coordenação com governos estadual e municipal sobre fiscalizações e estratégias futuras, criticando a negativa estadual quanto à presença de crime organizado no caso. Alegam ainda que a atuação federal se justifica pelas confirmações de mortes suspeitas em outros estados.
Lideranças paulistas rebatem dizendo que a fiscalização de envase cabe ao Ministério da Agricultura, enquanto o governo federal insiste que a fiscalização da comercialização é estadual. A crise ganhou corpo no fim de semana e se tornou questão central já na segunda-feira, 29, quando o governador foi criticado por estar em Brasília visitando Bolsonaro, então em prisão domiciliar.
Do lado paulista, argumenta-se que não haveria razão para a PF entrar no caso, já que ele estaria sendo investigado pelo governo estadual. Fontes afirmam que, em casos de visibilidade nacional, o governo petista costuma buscar protagonismo — como ocorreu em outras investigações de alto impacto. A PF atua quando há indícios de crime interestadual; nesse episódio, há suspeitas em outros estados, como Pernambuco.
O ministro Ricardo Lewandowski declarou que “ao que tudo indica, [a rede de distribuição] transcende os limites de um único estado”, justificando a competência federal. O diretor da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que o inquérito será conduzido pela superintendência de São Paulo, em conjunto com a Polícia Civil estadual, com resultados em “curto espaço de tempo”. Ele também mencionou possíveis conexões da investigação com casos no setor de combustíveis, considerando que parte do metanol importado passa pelo porto de Paranaguá.
Fontes locais reforçam que não há indícios de envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) nesse episódio. A principal tese é de que o metanol era usado para limpar embalagens, não misturado diretamente à bebida falsificada. Para o governo paulista, não há base para falar em crime organizado, e Tarcísio declarou publicamente: “Não há evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso.”