
O Brasil tem potencial para se tornar o primeiro país do mundo a zerar suas emissões de gases de efeito estufa. A avaliação é do climatologista Carlos Nobre, professor da USP e um dos principais especialistas em mudanças climáticas do país.
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Segundo Nobre, alcançar essa meta é plenamente possível, mas exige transformações profundas. Entre as medidas necessárias estão o fim do desmatamento, o combate à degradação dos biomas, a substituição dos combustíveis fósseis e a transição para práticas agropecuárias regenerativas.
Um estudo liderado por Nobre, em parceria com outros pesquisadores, será lançado no fim de outubro, poucos dias antes da Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), que acontecerá em Belém, entre 10 e 21 de novembro. O documento mostrará o potencial de mitigação das emissões brasileiras e reforçará a viabilidade de o país atingir a neutralidade de carbono já em 2040.
“Nosso estudo mostra que o Brasil pode zerar as emissões até 2040. Seríamos o primeiro país do mundo a fazer isso. É totalmente factível, desde que haja compromisso com o fim do desmatamento, da degradação por queimadas, com o uso de energias limpas e a adoção de práticas sustentáveis na agricultura e pecuária”, afirmou o cientista.
Atualmente, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking global de maiores emissores de gases do efeito estufa. Para Nobre, diante da rapidez com que o aquecimento global avança, a meta atual de neutralidade em 2050 já não é suficiente. “A urgência é muito maior. Precisamos que esta seja a melhor COP da história”, disse.