
As dores na coluna deixaram de ser um problema restrito aos mais velhos e hoje fazem parte da rotina de milhões de brasileiros, inclusive de adolescentes e jovens adultos.
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Segundo dados de 2024 do Ministério da Saúde e do IBGE, cerca de 27 milhões de adultos sofrem com doenças crônicas na coluna. Outros levantamentos apontam que mais de 50% dos brasileiros apresentam episódios de dor lombar ao longo do ano, o que reforça o alerta dos especialistas: o problema virou questão de saúde pública.
De acordo com o Dr. Plinio Linhares, ortopedista e especialista em coluna, o aumento dos casos entre os jovens é consequência direta do estilo de vida contemporâneo.
“A geração atual passa horas sentada, olhando para telas e se movimenta muito pouco. O corpo humano foi feito para o movimento, e quando passamos o dia todo imóveis, os músculos que sustentam a coluna enfraquecem. Essa sobrecarga, somada à má postura, leva à dor precoce”, explica.
Os jovens de hoje e a coluna do futuro
O médico faz um alerta sobre o impacto desse comportamento a longo prazo. “Se nada mudar, veremos adultos de 40 e 50 anos com colunas de idosos. É um cenário preocupante, porque a dor crônica limita o trabalho, o lazer e reduz a qualidade de vida”, afirma Dr. Plinio. Segundo ele, a chamada “geração das telas” está envelhecendo com hábitos que favorecem doenças musculoesqueléticas. “A boa notícia é que, com prevenção e correção de postura, é possível reverter esse quadro antes que os danos sejam permanentes.”
Entre as medidas preventivas estão o fortalecimento do core (músculos do abdômen e da lombar), pausas durante o trabalho, alongamentos e ajustes ergonômicos em mesas e cadeiras. “Mudanças simples, como elevar a tela do computador à altura dos olhos e manter os pés apoiados, já fazem diferença”, orienta o ortopedista.
Dor na coluna nos mais velhos: envelhecer com movimento é essencial
Nos idosos, a dor na coluna costuma estar associada a degenerações naturais das articulações e discos vertebrais, mas o problema pode ser amenizado com hábitos saudáveis. “O envelhecimento não precisa vir acompanhado de dor. A prática regular de exercícios, especialmente atividades de baixo impacto como pilates, natação e caminhadas, ajuda a preservar a mobilidade e a força muscular”, explica Dr. Plinio Linhares.
Ele reforça, porém, que os cuidados devem começar ainda na juventude: “Quem chega aos 60 ou 70 anos com um histórico de sedentarismo e má postura tem muito mais chances de desenvolver dores crônicas. Cuidar da coluna hoje é um investimento para envelhecer com qualidade amanhã.”