

A disputa eleitoral do ano que vem no Ceará superou uma importante variável, nesta sexta-feira, 17: Ciro Gomes vai se filiar ao PSDB.
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Empolgado, o presidente da sigla no Estado, Ozires Pontes, emendou o anúncio de filiação do ex-ministro com uma eventual candidatura de Ciro ao governo do Ceará.
Marcado para a próxima quarta-feira, 22, em um hotel da orla de Fortaleza, o ato político será um primeiro bom teste.
Vamos, portanto, a alguns fatores por onde pode trilhar uma hipotética tentativa de retorno do ex-governador à Chefia do Executivo Estadual.
Pesam a favor
De muito longe, é a experiência de gestão de Ciro, nos três níveis de governo, seu principal ativo político.
Ele foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e duas vezes ministro de Estado – marca longe de ser igualada.
Outro ponto é o talento de Ciro para o debate político – reconhecido até por seus adversários.
Isso conta muito na onipresença multitela atual.
Pesam contra
O temperamento explosivo de Ciro antecede o próprio personagem. É sua pior versão.
Todos, inclusive seus opositores, conhecem bem seu calcanhar de Aquiles – basta uma flechada.
Um fator também a considerar é o PSDB, para onde Ciro irá. O partido está devagar, quase parando.
Com quem o ex-governador irá se aliar, para se viabilizar? Com a extrema direita? Será um banquete para seus detratores.
Não menos relevante é a vida partidária de Ciro. Ele começou no PDS, no início dos anos 1980.
Depois vieram PMDB, PSDB, PPS, PSB, Pros, PDT e agora, PSDB de novo. Se fosse uma coligação, não seria um arco de aliança. Seria uma circunferência.
Memória política
A memória política coletiva, supostamente a favor de Ciro, pelo fato de ele já ter governado o Estado, é um fator relativo.
Anotem. Pode ter bem menos importância do que supõe o entorno do candidato a candidato.
Ciro foi governador há mais de três décadas, em outros tempos políticos. Esse tipo de resgate é dificílimo.
Nem Lula e o PT conseguiram reavivar na cabeça dos brasileiros os anos áureos do primeiro governo petista, no início dos anos 2000.
E olhem que Lula não é o Ciro e o PT não é o PSDB.
Por último, derrotas – Ciro sofreu quatro, para presidente (1998, 2002, 2018 e 2022).
É sempre um fardo político. Em regra, o eleitor é pouco simpático a esses arrastados de corrente.
Mas, tudo isso acima ainda depende de uma pergunta boba:
Ciro será candidato?
Bom final de semana!