

Não chega a ser uma bomba a notícia de que o presidente Lula (PT), segundo o próprio disse do outro lado do mundo, será candidato à reeleição em 2026.
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Surpreendeu ninguém, afora o fato de já ter desconversado, condicionado ou mesmo negado que tentaria mais quatro anos de mandato na chefia do Palácio do Planalto.
A declaração foi usada como argumento garantidor de trocas comerciais entre Brasil e Indonésia. Nesse sentido, foi uma atitude acertada.
Mas há implicações políticas por aqui. Vamos destacar pelo menos duas. A primeira é o relativo conforto político de Lula.
A situação do petista não é céu de brigadeiro, mas comparando o momento atual com a média do primeiro semestre, pode-se dizer que o presidente está bem.
O segundo ponto, o mais relevante, é o impacto da confirmação da recandidatura do presidente nas forças de oposição.
A fala de Lula deve ser encarada como alerta. Vejamos.
Cinco vezes vitorioso ao Planalto – três ele e duas Dilma Rousseff –, Lula controla o PT, manda no governo e é muito influente nos outros dois Poderes da República.
Já a oposição ainda não tem pré-candidato, carece de um discurso minimamente alinhado e vem errando muito.
Lula, agora, está sob o risco de campanha antecipada

Uma nova fase política começa com Lula dizendo que é pré-candidato à reeleição.
O petista nunca desceu do palanque. Bate e rebate ao bel prazer dos ventos e interesses. Transforma eventos do mandato em comícios.
Aqui há uma notória diferença. Antes, o presidente amarrava sua recandidatura à saúde.
Portanto, tecnicamente, ele poderia dizer o que bem entendesse.
Agora, ele é pré-candidato, o que lhe impõe o risco de fazer campanha antecipada, nas barbas da oposição.
O risco de abandono político
Bolsonaristas admitem preocupação com a retomada do inquérito no STF contra Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido do principal líder da direita brasileira.
Também consideram estranho. Para eles, estaria havendo uma operação oculta para atrapalhar as articulações para 2026 pela direita – estão sendo tocadas por Valdemar.
Isso acontece quando o ex-presidente da República, condenado na trama antidemocrática, está prestes a ser preso em definitivo – provavelmente, em um presídio.
Tem cheiro de abandono político no ar.
Renan Calheiros
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cobra do Ministério da Fazenda informações sobre o impacto fiscal da proposta que isenta do Imposto de Renda pessoas com renda de até R$ 5 mil mensais.
Relator do projeto, ele afirma que a falta dos dados tem atrasado a elaboração de seu parecer.
Se aprovado como está, pode gerar déficit de R$ 8,35 bilhões em 2026.
Foz do Amazonas
A polêmica autorização do Ibama à Petrobras para perfurar poços exploratórios de petróleo na Foz do Amazonas mexe com o mercado de combustíveis, ânimos políticos do governo e até com a imagem do Brasil – vem aí a COP30.
Derrotada, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) teve de engolir a decisão e ainda dizer que o resultado foi técnico. Menos, por favor.
STF chuta lei de combate ao nepotismo

Essa chama muito a atenção. O STF que prende e arrebenta na defesa dos valores republicanos e democráticos e tenta manter o Congresso sob rédea curta está caminhando para permitir que governantes nomeiem parentes para cargos políticos.
A maioria em turma da Corte já está formada.
O retrocesso beneficiará toda a cadeira alimentar dos executivos brasileiros – do presidente da República a prefeitos, passando por governadores.
A decisão é um chute na legislação que combate o nepotismo – o País varou décadas para começar a superar.
Se oficialmente fora de governos, parentes já aprontam todo tipo de estripulias e enchem as burras com dinheiro público, imaginemos com seus nomes em diários oficiais.


