

Em tempos em que a informação alcança distâncias na velocidade da luz, enfatizar ilhas de excelência, escondendo ou transferindo o que não lhe convém, ficou cada vez mais difícil.
Vejamos o caso da segurança pública.
Estados controlados pela centro-esquerda empurram o gargalo para o plano nacional; estados de centro-direita afirmam ter a fórmula mágica.
Ambos os lados estão equivocados.
A centro-direita, por exemplo, corre o sério risco de passar por um grande vexame nessa área.
O Estado de Goiás, governado pelo xerife do Centro-Oeste, Ronaldo Caiado (União Brasil), que o diga.
Nesta quarta-feira, 5, em Brasília, durante evento partidário, Caiado foi, mais uma vez, reverenciado como gestor linha-dura com a criminalidade.
Na propaganda oficial, em Goiás bandido não se cria.
Ocorre que, exatamente, na noite anterior (terça, 4), um longo e barulhento foguetório na capital Goiânia homenageou integrantes do Comando Vermelho mortos na megaoperação do Rio.
Pelo menos quatro integrantes goianos da facção foram derrubados nos complexos do Alemão e Penha.
Fartamente noticiado no estado, o episódio mostra como o crime organizado está capilarizado em Goiás, assim como em tantos outros estados.
A diferença é que o governador de lá, com pretensões presidenciais, tenta passar a ideia de que em Goiás o problema não existe.
Existe sim. É o que diz a cor dos fogos de artifício de anteontem às noite.


