
A menos de um ano das eleições de 2026, o bolsonarismo vive um processo silencioso de sucessão. Parte de seus atores tenta assumir espaço na direita sem repetir o confronto direto que marcou a primeira geração de dissidentes, quase todos politicamente anulados depois de romperem com Jair Bolsonaro.
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De 2019 a 2022, nomes como Joice Hasselmann e Janaina Paschoal caíram de votações milionárias para desempenhos irrelevantes após desafiarem abertamente o clã. Agora, a nova leva de aspirantes a protagonismo adota outra estratégia: mantém reverência pública ao ex-presidente, enquanto se apresenta com um figurino mais moderado.
O movimento ganha força com a aproximação entre centrão, empresários e o mercado financeiro em torno de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Ao mesmo tempo, governadores de direita costuram articulações por fora, dando forma a um redesenho interno mais visível.
A primeira geração rompeu com Bolsonaro quando ele estava no poder e com chances de reeleição. A segunda tenta avançar num cenário em que o ex-presidente está condenado e preso, e, portanto, mais vulnerável.
A semente desse novo modelo surgiu nas eleições de 2024, quando Pablo Marçal ameaçou desbancar o candidato apoiado por Bolsonaro em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). O episódio mostrou que, dependendo da forma como a dissidência se constrói, desafiar ordens do ex-presidente já não implica necessariamente morte eleitoral.


