
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta obstáculos políticos no Congresso, com rupturas públicas dos chefes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com dois de seus principais articuladores no Legislativo.
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No Senado, Alcolumbre selou o afastamento com o líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Interlocutores do presidente da Casa afirmam que a crise não é relacionada diretamente ao nome escolhido, mas à forma como o processo foi conduzido, quando a preferência declarada de boa parte do Senado era por Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Para aliados, as rusgas dificultam votações sensíveis ao Palácio do Planalto, como o projeto Antifacção e o que prevê aumento na tributação de bets e fintechs, tratado como fundamental pela equipe econômica para equilibrar as contas públicas.
Motta versus Lindbergh
Na Câmara, um movimento semelhante ganhou contornos públicos nesta segunda-feira.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ter rompido com o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ).
A relação já vinha arranhada após episódios recentes, como a tensão em torno do PL Antifacção, cuja relatoria Motta entregou à oposição. Integrantes da Mesa Diretora relatam, porém, que a crise escalou nas últimas semanas.
Segundo pessoas próximas ao presidente da Câmara, Motta considera que o líder do PT na Câmara atua de forma errática, não entrega votações prometidas e tenta atribuir à presidência da Casa (leia-se, Motta) responsabilidades que são da própria articulação do Planalto.
Mais dependência
Com Alcolumbre e Motta distanciados dos líderes governistas, a articulação passa a depender mais diretamente de ministros políticos, do líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que ainda mantém relações próximas com Alcolumbre.
Há ainda o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que é um político experiente e com trânsito em diversas alas do Congresso, além do senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do governo no Senado.

