
Pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein apresentaram, durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH), em Orlando (EUA), os resultados de um estudo que avaliou um novo regime de preparação para transplantes de medula óssea em pacientes com 60 anos ou mais. A estratégia busca reduzir a toxicidade do procedimento e ampliar as possibilidades de tratamento para pessoas idosas com leucemia mieloide aguda e síndrome mielodisplásica.
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A nova abordagem combina quimioterapia de intensidade reduzida com radiação direcionada exclusivamente à medula óssea, técnica conhecida como “irradiação medular total”. A tecnologia foi desenvolvida em parceria com a Case Western University, de Ohio, para minimizar danos a outros órgãos e diminuir riscos associados ao transplante em idosos.
O estudo avaliou 28 pacientes, muitos ainda com a doença ativa no momento do procedimento. Os resultados mostraram taxa de sobrevivência de 50% em dois anos e índices relativamente baixos de complicações graves. Segundo Nelson Hamerschlak, coordenador do Departamento de Hematologia do Einstein, o transplante de medula em idosos é historicamente considerado de alto risco, especialmente devido às altas doses de quimioterapia ou radioterapia usadas na preparação tradicional.
Hamerschlak explica que regimes menos tóxicos já vêm sendo utilizados, mas a redução das doses pode aumentar as chances de recidiva ou resistência ao tratamento. A expectativa da equipe é que o novo método ofereça um equilíbrio mais seguro e eficaz. “Observamos que, em pacientes acima de 65 anos com leucemia mieloide aguda, houve uma taxa de resposta superior a 50%, um resultado expressivo para essa faixa etária”, ressaltou o especialista.

